Projeto que autoriza cidades a criarem moedas digitais próprias avança na Câmara
Comissão de Desenvolvimento Econômico aprovou proposta que exige a utilização de redes blockchain para criação de moedas sociais
Agência de notícias
Publicado em 27 de novembro de 2023 às 13h55.
Última atualização em 27 de novembro de 2023 às 14h07.
A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4476/23, que regulamenta a emissão de moedas sociais no Brasil. Como novidade, o projeto aprovado destaca que as moeda sociais só poderão ser emitidas se forem moedas digitais criadas em blockchain e autorizadas pelo Banco Central.
Além do uso de blockchain, o projeto, de autoria do suplente de deputado federal Caio Vianna (PSD-RJ), pede que a emissão destas moedas sejam indexadas ao real, abrindo também espaço para o setor de tokenização e stablecoins, já que as moedas sociais poderiam ter lastro também no Drex .
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O projeto afirma que "as moedas sociais devem ser emitidas e transacionadas exclusivamente na forma digital, por meio de livro de registros descentralizado, imutável e público, e deverão: ser integralmente lastreadas em moeda corrente nacional e ser permanentemente indexadas à moeda corrente nacional".
Segundo Vianna, o sucesso de uma moeda, inclusive o de uma moeda social, depende da confiança dos seus usuários. Ele justifica que, se as pessoas acreditarem que o emissor da moeda social não será capaz de assegurar sua conversibilidade ou paridade, as pessoas tendem a perder o interesse em utilizá-la.
"Dessa maneira, desvios no âmbito da gestão de moedas sociais colocam em risco o êxito desse importante instrumento de desenvolvimento local e social. Uma saída para esse problema é a adoção de um sistema imune a fraudes", defende o projeto.
Segundo o ex-deputado, "isso pode ser alcançado com a adoção de tecnologias de registro distribuído, como a blockchain, para emissão e transação de moedas sociais. Aquelas tecnologias foram pensadas justamente para dar confiança a partes que não se conhecem, e que, portanto, não têm razões para confiar umas nas outras".
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Blockchain nas moedas sociais
O relator do projeto, deputado Sidney Leite (PSD-AM), expressou seu apoio, destacando que as moedas sociais são um recurso saudável para o financiamento de pequenas atividades econômicas, responsáveis pela geração de riqueza e renda em âmbito local.
A proposta, contudo, ainda passará pelas comissões de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), em caráter conclusivo. Depois, ela precisará ser votada no plenário da Câmara dos Deputados e será analisada no Senado Federal.
As regras estabelecidas pelo texto do PL 4476/23 não se limitam à regulamentação das moedas sociais. Ele propõe também que entidades que atendam aos requisitos da lei possam atuar como bancos comunitários, abrindo a possibilidade para a administração pública contratar esses serviços bancários para a execução de políticas públicas.
Além disso, o projeto determina que os responsáveis por moedas sociais existentes antes da regulamentação terão um prazo de dois anos para se adaptarem às novas regras, garantindo uma transição para o novo marco regulatório.
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