Hamas e Israel entraram em conflito nos últimos dias (Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 27 de outubro de 2023 às 11h18.
A senadora Cynthia Lummis, uma defensora das criptomoedas que representa o estado de Wyoming no Senado dos Estados Unidos, pediu ao Departamento de Justiça do país que considere apresentar acusações criminais contra a a corretora Binance após o ataque do Hamas a Israel.
Em uma carta enviada em 26 de outubro ao procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, Lummis e o deputado do Arkansas French Hill pediram ao Departamento de Justiça que "chegue a uma decisão sobre uma acusação contra a Binance" e "concluam rapidamente" as investigações sobre atividades supostamente ilícitas envolvendo outra empresa cripto, a Tether.
Os comentários dos dois congressistas foram feitos depois que o Hamas lançou um ataque coordenado contra Israel em 7 de outubro, que eles sugerem ter sido apoiado em parte por transações ilícitas envolvendo criptomoedas para "fornecer financiamento significativo a ações terroristas".
"Pedimos ao Departamento de Justiça que avalie cuidadosamente até que ponto a Binance e a Tether estão fornecendo apoio material e recursos para apoiar o terrorismo por meio de violações das sanções aplicáveis e da Lei de Sigilo Bancário", disseram Lummis e Hill.
"Para esse fim, apoiamos fortemente uma ação rápida do Departamento de Justiça contra a Binance e a Tether para bloquear as fontes de financiamento dos terroristas que atualmente têm Israel como alvo", destacaram.
A carta de Lummis, uma defensora da aprovação de leis que tragam clareza regulatória para o mercado de criptomoedas, e Hill, presidente do Subcomitê de Ativos Digitais, Tecnologia Financeira e Inclusão, está alinhada com os sentimentos expressos pela senadora Elizabeth Warren e outros congressistas que vincularam as criptomoedas a atividades terroristas.
Em contraste com Warren, no entanto, os dois congressistas republicanos orientaram o Departamento de Justiça a centrar o foco nos "maus atores" – neste caso, citando a Binance e a Tether. "Devemos ter cuidado para não pintar todos os intermediários de criptoativos como suspeitos quando apenas um pequeno punhado de maus atores está agindo com fins nefastos", diz a carta.
"Muitos intermediários de criptoativos procuram cumprir as sanções dos Estados Unidos e as leis de lavagem de dinheiro, entendendo corretamente que a regulação é necessária para realizar a promessa dos criptoativos e da tecnologia de contabilidade distribuída", pontuaram.
Na esteira dos ataques de 7 de outubro, a corretora de criptomoedas Binance congelou centenas de contas que seriam vinculadas ao Hamas, atendendo a pedidos das autoridades israelenses. Já Tether também anunciou o bloqueio de valores milionários que estariam envolvidos com o conflito em Israel e com a guerra na Ucrânia.
No entanto, Lummis e Hill rotularam essa ação como insuficiente após a ocorrência do fato, uma vez que a Binance teria permitido que grupos terroristas realizassem transações ou agiu de forma "deliberadamente cega" para ignorar o fato. Eles fizeram alegações semelhantes contra a Tether por "facilitar conscientemente as violações de sanções aplicáveis".
"Embora alguns relatórios afirmem que agora a Binance está cooperando com a polícia israelense, isso é irrelevante, porque a Binance só está agindo assim depois de permitir conscientemente que sua plataforma tenha sido usada por organizações terroristas, e somente depois de terem sido pegos", defenderam.
Em 25 de outubro, a empresa de análise de blockchain Elliptic divulgou uma declaração dirigida aos congressistas dos Estados Unidos dizendo que "não há evidências" de que o Hamas tivesse recebido um volume significativo de fundos em criptomoedas para financiar seus ataques contra Israel.
Em comparação com os milhões de dólares mencionados por alguns meios de comunicação, a Elliptic disse que uma campanha ligada ao Hamas havia arrecadado apenas US$ 21 mil desde o ataque de 7 de outubro.
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