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Pix, Open Finance e Whatsapp impulsionam digitalização financeira no Brasil, mostra pesquisa

Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023 mostra número recorde de transações financeiras nos últimos 11 anos, impulsionada pela digitalização financeira

Digital generated image of blue and yellow glowing data on black background. (Getty Images/Reprodução)

Digital generated image of blue and yellow glowing data on black background. (Getty Images/Reprodução)

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 29 de junho de 2023 às 11h39.

Com o aumento no uso da internet e de dispositivos como smartphones e tablets, a digitalização financeira se faz cada vez mais necessária. E o advento do Pix veio para mostrar que o público brasileiro está pronto para aderir às novas tecnologias que podem facilitar as transações financeiras on-line, como o Open Finance, Whatsapp, Real Digital, entre outros.

Segundo a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, divulgada pela Febraban e pela Deloitte na última quarta-feira, 29, o número de transações financeiras registradas pelos bancos atingiu um crescimento recorde de 30% no último ano, configurando o maior aumento em volume nos últimos 11 anos.

“Esse aumento pode ser atribuído especialmente ao volume massivo de transações nos canais digitais, que cresceram 43% e correspondem a quase 8 em cada 10 movimentações bancárias no Brasil”, diz a pesquisa, divulgada durante o evento Febraban Tech 2023 em uma coletiva de imprensa para jornalistas.

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Pix

O volume massivo de transações nos canais digitais se deve, principalmente, ao fenômeno de adesão do Pix desde o seu lançamento. Em 2021, as transações por Pix totalizavam 5,7 bilhões, enquanto em 2022, o volume ultrapassou 11,7 bilhões – aumento de 105% no período. A pesquisa ainda mostra que a adesão ao Pix teve impacto sobre as transferências DOC/TED, que registraram quedas de 29%.

“Em pouco mais de dois anos de operação, o Pix tem trazido mais agilidade e facilidade aos pagamentos e transferências de valores. A mudança provocada pelo Pix no comportamento de clientes é confirmada pelos números de adesão ao meio instantâneo de pagamento”, diz a pesquisa.

Com dados de 2022, a pesquisa revela que o número de usuários cadastrados no Pix já é de 88,7 milhões no Brasil. Muitos deles, inclusive, segundo os autores da pesquisa durante a coletiva de imprensa, não eram usuários nem do DOC e nem do TED, mas passaram a usar o Pix após o seu lançamento.

Além disso, 48% deles são “heavy users”, ou seja, fazem mais de 30 operações com o Pix no mês. “A quantidade de heavy users do Pix, que não para de crescer, ainda pode aumentar, dadas as implementações de novas modalidades em curso, como o Pix Parcelado e o Pix Saque”, comenta a pesquisa.

Open Finance

Segundo a pesquisa, o Open Finance tem tornado o ambiente bancário mais competitivo, à medida que possibilita o compartilhamento de dados dos clientes. Apesar da adoção ainda ser baixa em comparação com o fenômeno no Pix, a Febraban e a Deloitte identificaram um crescimento de 971% na quantidade de usuários pessoa física em comparação com 2021 e projetam um crescimento ainda maior do Open Finance nos próximos anos.

“80% dos bancos informaram que até 10% de sua base de clientes aderiu ao Open Finance em 2022. Neste sentido, a quantidade de consentimentos tende a subir nos próximos anos, conforme os bancos evoluam nas jornadas digitais e os clientes passem a experimentar os benefícios do movimento”, comenta a pesquisa.

A expectativa dos autores da pesquisa é que o número de bancos com 10% de adesão caia de 80% para 53%, enquanto os com 11% a 20% de adesão subam de 20% para 27% e os com mais de 20% de adesão subam de 0% para 20%.

Whatsapp

O Whatsapp, aplicativo de troca de mensagens mais utilizado pelos brasileiros, também aparece como uma ferramenta que está impulsionando a digitalização financeira no país, segundo a pesquisa assinada por Rodrigo Mulinari, diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban e Sérgio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a Indústria de Serviços Financeiros.

Segundo eles, a pesquisa vai além do serviço de pagamento oferecido pelo aplicativo, o Whatsapp Pay, e inclui também as negociações de dívida e Pix, além do uso do Whatsapp pelos bancos como um canal de comunicação com o cliente final.

“Para se aproximar cada vez mais de seus clientes, as instituições bancárias sempre acompanharam a evolução dos principais canais e formatos de interação social, testando e investindo em soluções que ofereçam facilidades aos consumidores de produtos e serviços financeiros”, diz a pesquisa.

“Assim, o Whatsapp já aparece como uma nova opção de ferramenta para 50% dos bancos. E, em um ano, esse canal registrou um crescimento contundente de 531% no número de transações. Nos próximos anos, será preciso acompanhar a evolução deste canal e a tendência de adoção pelo consumidor”, acrescenta.

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