Embora existam outras soluções para esse problema, como o Bitcoin Cash, a Lightning Network consegue deixar o blockchain inalterado e com todos os seus benefícios (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 11 de maio de 2023 às 11h00.
Última atualização em 12 de maio de 2023 às 15h19.
O Bitcoin, apesar de inovador, possui diversas limitações que dificultam seu uso como meio de pagamento. As principais são a velocidade em que as transações acontecem e seu custo. A maior causa disso é que cada transação é inserida como um bloco na cadeia, e como um bloco é adicionado a cada 10 minutos, muitas vezes a confirmação de um pagamento só acontece horas depois.
Embora existam outras soluções para esse problema, como o Bitcoin Cash, a Lightning Network consegue deixar o blockchain inalterado e com todos os seus benefícios, como a segurança e a privacidade, ao mesmo tempo em que transforma seu uso.
Fundado em 2016 pela Lightning Labs, o protocolo funciona permitindo um canal de transferências entre duas partes, mas somente a primeira e a última são registradas no blockchain, ou seja, não ficam limitadas por esse protocolo.
Enquanto uma transação normal na rede Bitcoin pode facilmente ultrapassar os 2 dólares de custo, na Lightning Network dificilmente ultrapassa 10 centavos.
A Lightning Network é uma solução de segunda camada da rede Bitcoin. Ela funciona como uma rede de pagamentos usando o próprio bitcoin, mesmo que fora da rede principal. Isso permite, na teoria, que milhares de transações aconteçam instantaneamente, favorecendo as pequenas transações.
Tudo é composto por um sistema de canais que permite que pessoas ou empresas transfiram dinheiro entre si sem precisarem usar o blockchain para verificar a transação.
Para que isso seja possível, existe uma verificação dos fundos do comprador e o pedido do vendedor para permitir a realização da transação. A liquidação dos fundos acontece em alguns dias ou semanas depois.
Para começar, ambas as partes devem comprometer uma quantidade de bitcoin, que é segurado e não podem ser resgatado enquanto o canal de transferências estiver aberto. A quantidade de moedas que podem ser transferidas é a mesma contida no canal.
Em uma transação em que ambas as partes cedem 10 bitcoin, por exemplo, essas 20 moedas serão registradas no blockchain. Após esse primeiro registro, as trocas podem acontecer quase instantaneamente e com custo de frações de centavos de dólar.
No fechamento do canal, o saldo remanescente de cada um é registrado novamente. A rede funciona como uma cadeia, ou seja, futuramente, todos terão canais entre si, mesmo através de terceiros, que podem recebem uma pequena taxa por facilitar o pagamento.
A rede Lightning foi criada em 14 de janeiro de 2016 pelos desenvolvedores Thaddeus Dryja e Joseph Poon, com o objetivo de possibilitar a realização de transações pequenas sem congestionar o blockchain do Bitcoin.
Também há quem diga que a Lightning Network tenha sido originada das reflexões de Satoshi Nakamoto, o criador do bitcoin. Mas ela só foi sair do papel oficialmente em 2018 pelas mãos dos desenvolvedores. Na época, Satoshi Nakamoto já havia sumido sem deixar rastros de sua identidade.
Thaddeus Dryja e Joseph Poon argumentaram que uma rede de canais para micropagamentos poderia solucionar os problemas de escalabilidade da rede Bitcoin em vez de alterar a própria rede para permitir que haja mais transações.
Em março de 2018, a Lightning Labs, um laboratório de engenharia blockchain, ajudou a lançar uma versão beta da
Lightning Network. Uma rodada seed de investimentos chegou a captar na época cerca de US$ 2,5 milhões. Um dos investidores da Lightning Network foi Jack Dorsey, criador do Twitter e da Block.
Seus usos atuais reforçam a robustez da rede, como a carteira cripto Chivo, do governo de El Salvador, compatível com Lightning e compatível com transações internacionais, economizando ao povo salvadorenho mais de US$ 400 milhões em taxas. Ou o Twitter, que desde 2021 permite que usuários mandem gorjetas aos seus criadores de conteúdo favoritos, usando um aplicativo conectado à Lightning Network.
Apesar disso, existem vulnerabilidades no código, assim como em qualquer outra tecnologia. Segundo Jose Jager, um desenvolvedor independente na plataforma, essas falhas são ou muito difíceis de explorar ou ainda não são vantajosas o suficiente para hackers, disse ele ao CoinDesk. O especialista também apontou que no momento, a maioria dos usuários da rede são amigáveis e a utilizam para seu uso proposto, e que seria vantajoso em um sentido se ela se tornasse alvo de um ataque para testar sua confiabilidade no longo prazo.
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