Future of Money

País culpa criptomoedas por desvalorização de moeda local e quer banir corretoras

Autoridades da Nigéria afirmaram que pretendem bloquear acesso da população aos sites da Binance, Coinbase e outras exchanges

Nigéria enfrenta crise de desvalorização da sua moeda (Reprodução/Unsplash)

Nigéria enfrenta crise de desvalorização da sua moeda (Reprodução/Unsplash)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 18h21.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2024 às 18h38.

A Nigéria anunciou na última quarta-feira, 21, que pretende banir o acesso dos cidadãos do país aos sites das principais corretoras de criptomoedas do mercado, incluindo a Binance, a Coinbase e a Kraken. A decisão faz parte de medidas do governo para tentar reverter a forte depreciação da naira, a moeda local, em relação ao dólar.

A informação foi divulgada pelo jornal Financial Times e por vários veículos de imprensa locais. De acordo com o site Premium Times, as autoridades nigerianos já entraram em contato com empresas de telecomunicações para garantir o bloqueio de acesso às corretoras Binance, Forextime, OctaFX, Crypto, FXTM, Coinbase e Kraken.

O site afirma que fontes do governo do país e de órgãos reguladores explicaram que as corretoras de criptomoedas teriam "especuladores" da naira entre os seus clientes, além de abrigarem operações de lavagem de dinheiro por criminosos.

A visão das autoridades da Nigéria é que os serviços oferecidos pelas corretoras de criptomoedas estariam contribuindo para a fraqueza da naira em relação ao dólar. Em 2023, a CVM do país já havia proibido as operações da Binance no território, mas a exchange alegou que a empresa citada - Binance Nigeria Limited - se referia a outra companhia.

  • O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Compre as maiores cryptos do mundo em minutos direto pelo app. Clique aqui para abrir sua conta gratuita.

Em um comunicado enviado para o Premium Times, a Binance afirmou que removeria qualquer usuário que esteja conduzindo atividades criminosas pela sua plataforma, e que está "trabalhando lado a lado com as autoridades locais, legisladores e reguladores para garantir o cumprimento das leis".

Por outro lado, usuários nas redes sociais relataram que ainda conseguem acessar os sites que serão banidos pelo governo. A Coinbase também disse para o site CoinDesk que suas operações na Nigéria ainda não foram afetadas pela decisão, mas que está monitorando o caso.

No momento, a naira está na cotação mais baixa da história em relação ao dólar. O país tenta reverter a desvalorização da moeda há meses. Em janeiro de 2023, o governo chegou a limitar o acesso a dinheiro físico no país, o que fez com que o bitcoin disparasse com uma alta demanda.

Pelas corretoras, também é possível investir nas chamadas stablecoins, criptomoedas pareadas a outros ativos, incluindo o dólar. As stablecoins de dólar são populares em países com moedas depreciadas, caso da Argentina.

A Nigéria foi um dos primeiros países do mundo a lançar uma moeda digital de banco central. Batizada de eNaira, ela foi lançada em 2021, mas a adesão por parte da população ficou aquém do esperado pelo governo.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:NigériaCriptomoedasCriptoativos

Mais de Future of Money

Como o bitcoin mudou o patamar da MicroStrategy no mercado

O que é Web3? Descubra a atual revolução da internet

Tokenização depende de regulação para adoção em massa, diz sócio do BTG

Mercado cripto cresce US$ 1 trilhão em mês de recordes de preço e eleição de Trump