NFTs não acompanham disparada de criptomoedas e preços recuam 16% em 2023
Mercado de colecionáveis digital ainda não se recuperou após perdas e queda de interesse
Redação Exame
Publicado em 30 de novembro de 2023 às 16h36.
O ano de 2023 deverá ficar marcado no mercado de criptomoedas como um período de recuperação em relação às perdas de 2022 e de crescimento. Entretanto, nem todos os setores tiveram essa retomada. É o caso do segmento dos tokens não-fungíveis ( NFTs , em inglês), cujos preços acumulam uma perda de 16% no ano.
A métrica é bastante divergente de diversos criptoativos. O bitcoin , maior criptomoeda do mercado, acumula ganhos superiores a 120% no momento, cotado acima de US$ 38 mil. Já o ether , ativo bastante ligado ao mercado de colecionáveis digitais, subiu 70% no acumulado de 2023.
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Os números mostram que as criptomoedas voltaram a atrair investidores e capital, valorizando como consequência de um período positivo para o mercado cripto. Já no caso dos NFTs, especialistas apontam uma falta de interesse de investidores e baixa demanda, uma combinação que derruba os preços.
O Índice NFT-500, criado pela plataforma Nansen e que mede os valores dos 500 maiores tokens não-fungíveis do mercado, acumula uma queda de 50% no acumulado de 2023 em relação ao ether e de 16% em relação ao dólar, mostrando que nem coleções famosas estão livres desse cenário.
Já o Índice Blue-Chip 10, que acompanha as variações dos 10 maiores NFTs do mercado, acumula uma perda de 44% em relação ao ether e de 1,7% em relação ao dólar. Maior marketplace do mercado, o OpenSea também tem registrado taxas e receita em queda.
Em janeiro de 2022, no auge da popularidade dos colecionáveis digitais, a plataforma chegou a registrar US$ 387 milhões em taxas por mês e US$ 120 milhões em receita. Atualmente, as taxas pagas mensalmente por usuários estão na casa dos US$ 6 milhões, enquanto a receita é de US$ 1,39 milhão.
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Futuro dos NFTs
Por outro lado, alguns projetos têm conseguido crescer e valorizar mesmo com o momento negativo para os NFTs. É o caso dos Ordinals , tokens criados diretamente na rede blockchain do bitcoin, que vêm ganhando cada vez mais popularidade e investimentos.
Especialistas também afirmam que o momento negativo do mercado reflete uma transição entre investidores, que passaram a priorizar casos de uso mais práticos e nítidos para os NFTs - como usos em ingressos e programas de lealdade - em relação à associação da tecnologia com artes digitais.
Ao site CoinDesk, o analista David Mirzadeh destacou que "vejo os NFTs recuperando parte do terreno que perderam ao passarem de apenas JPEGs especulativos para ativos com utilidades em áreas como jogos, música e redes sociais. Até que isso se concretize, o desempenho dos seus preços dependerá em grande parte do hype e das especulações".
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