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MetaMask restringe russos e, sem querer, leva venezuelanos junto

Usuários da segunda maior carteira do mundo relataram problemas de funcionamento ao tentar utilizá-la em território venezuelano

Carteira cripto MetaMask é a ferramenta mais popular da ConsenSys e já soma 21 milhões de usuários ativos mensais (Bloomberg/Getty Images)

Carteira cripto MetaMask é a ferramenta mais popular da ConsenSys e já soma 21 milhões de usuários ativos mensais (Bloomberg/Getty Images)

Na tarde da quinta-feira, 3, usuários da MetaMask e da Infura, ambas da ConsenSys, relataram problemas em se conectar com as plataformas em algumas regiões. A falha, que já foi resolvida, foi causada devido a um erro nas configurações que bloqueiam o serviço em alguns territórios. A princípio, somente a Rússia seria banida, após as sanções do governo americano, mas, na prática, outros países como a Venezuela também foram afetados.

A Infura provê aos desenvolvedores ferramentas e infraestrutura para levar aplicações no blockchain da fase de testes até a escalabilidade.

O perfil da empresa no Twitter afirmou: “Mudando algumas configurações como resultado nas novas sanções derivadas dos Estados Unidos e outras jurisdições, nós sem querer as configuramos para serem mais abrangentes do que o necessário. Foi uma falha nossa, e ficamos gratos a todos que nos avisaram. Assim que descobrimos o que aconteceu, consertamos o problema e o serviço voltou ao ar”.

A MetaMask é uma carteira virtual, com interface intuitiva, usada para se conectar com a rede Ethereum, podendo ser usada também para interagir com aplicações DeFi. Segundo um tuíte feito nessa tarde pelo perfil oficial, “A MetaMask usa a Infura como elemento final nas transações por padrão, mas isso pode ser trocado pelos usuários caso desejem, ou no caso de alguma interrupção no serviço”.

Mesmo após a resolução da falha, muitos usuários foram às redes protestar contra o desligamento do serviço na Rússia. Por ser uma carteira descentralizada, a MetaMask, em tese, não poderia ser controlada por um centralizador, nesse caso, o governo americano.

O problema, no entanto, pode ser maior do que isso. Segundo comunicado para a imprensa, um processo movido por 35 acionistas da ConsenSys — mais do que a metade do quadro — afirma que o maior banco do mundo, JPMorgan & Chase, adquiriu parte relevante nos dois negócios mais lucrativos da empresa.

De acordo com a ação, propriedade intelectual foi transferida para uma nova empresa, na qual o banco americano teria 10% de participação. Além disso, o CEO e fundador da ConsenSys, Joseph Lubin tem um empréstimo de US$ 39 milhões com a instituição. Os acusadores concluem que Lubin agiu de má-fé com os acionistas minoritários.

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