Mercado cripto cresceu quase 50% no primeiro trimestre de 2023
Bitcoin e ether lideraram ganhos, mas setor de finanças descentralizadas e vendas de NFTs também cresceram no período
Repórter do Future of Money
Publicado em 2 de maio de 2023 às 09h27.
O mercado de criptoativos teve uma forte recuperação no primeiro trimestre de 2023, com um crescimento de 49,3% em relação aos últimos três meses do ano passado. Os dados reunidos em uma relatório da Binance Research apontam que o setor foi auxiliado pela alta das maiores criptomoedas do mercado, o bitcoin e o ether, mas outros segmentos também tiveram números positivos.
O relatório destaca que o resultado ocorreu mesmo "em meio à incerteza no ambiente macroeconômico", com um período marcado pela intensificação no mercado de temores sobre uma possível crise bancária generalizada após falências de bancos nos Estados Unidos.
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Entretanto, analistas apontam que foi exatamente essa incerteza que levou à valorização das criptomoedas. As falências reforçaram apostas em um ciclo de alta de juros nos EUA mais brando, favorecendo criptoativos, além de atrair investimentos para o segmento com a tese de alternativa ao sistema financeiro tradicional.
"Considerando os preços, o bitcoin teve um ótimo trimestre, enquanto a atenção também esteve na Ethereum antes da atualização Shanghai", destacou o relatório. A maior criptomoeda do mercado superou em março a casa dos US$ 28 mil pela primeira vez desde junho de 2022, e segue negociando em um preço acima desse nível.
A Binance apontou ainda que o chamado "Índice de medo e ganância" no setor de criptoativos atingiu o maior valor desde novembro de 2021, indicando que a ganância dos investidores está maior que o medo e confirmando um "sentimento positivo" no mercado. Na maior parte de 2022, o indicador ficou na faixa que mostra medo entre investidores.
Já o número de criptomoedas com capitalização de mercado acima de US$ 1 bilhão cresceu de 37 no quarto trimestre de 2022 para 54 nos primeiros três meses de 2023. A Binance avalia que o setor retornou para um nível semelhante ao do terceiro trimestre de 2022, após a quebra do ecossistema Terra, mas "ainda significativamente abaixo do início do ano passado".
Considerando os 10 maiores criptoativos do mercado e excluindo stablecoins, a performance média no trimestre foi de alta de 52,1%. O melhor desempenho foi da Solana, que se recuperou dos efeitos da falência da FTX e disparou 112,82%. O bitcoin subiu 72,49% no período, e o ether, 52,68%. A pior performance foi do dogecoin, com alta de 10,07%.
Para a Binance, o bitcoin foi o "grande ganhador" do primeiro trimestre, conforme "a narrativa de que ele é uma reserva de valor ganhou força em meio às incertezas no ambiente macroeconômico". A chamada dominância do ativo aumentou, com ele sendo responsável por mais 6% do valor total do mercado cripto.
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Outros segmentos de criptoativos
Na divisão por blockchains de primeira camada, a atividade de usuários cresceu 14%, mas o BNB Chain foi o únicio que viu seu número de endereços ativos subir. Os da Ethereum, que segue na liderança do segmento, caíram 2%, e os da Solana, 28%.
O segmento de finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês) também teve um trimestre positivo, com um aumento de 27,1% no TVL, sigla que representa o valor total armazenado em protocolos do setor. Mesmo assim, o segmento perdeu mais de US$ 252 milhões em ataques hackers.
Outro segmento de criptoativos, o de tokens não-fungíveis ( NFTs, na sigla em inglês) teve resultados mistos. De um lado, as vendas subiram 67% e as transações 56% em relação ao último trimestre de 2022, beneficiadas pelo lançamento do marketplace Blur. O número de compradores únicos cresceu 64%, a primeira alta em 12 meses. Já os preços registraram queda de 16%.
Já o setor de jogos com criptoativos manteve uma concentração dos blockchains BNB Chain, Ethereum e Polygon, responsáveis por 67% de todos os projetos. Entretanto, apenas 28% deles já estão disponíveis, com a maioria dos jogos ainda em desenvolvimento.
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