Mais um banco brasileiro mira blockchain: Inter começa a oferecer criptomoedas em parceria com a B3
Braço digital da bolsa de valores brasileira oferece infraestrutura para negociação de criptomoedas no banco Inter
Agência de notícias
Publicado em 27 de junho de 2023 às 15h23.
Última atualização em 27 de junho de 2023 às 15h50.
A B3, a maior bolsa de valores da América Latina, por meio de seu braço digital, B3 Digitas, está promovendo a infraestrutura necessária para a negociação de bitcoin, ether, USDT, litecoin e XRP no banco Inter.
O serviço funciona no sistema Crypto as a Service, no qual empresas podem integrar os serviços de corretora de criptomoedas da B3 Digitas, assim como Nubank e Mercado Pago atualmente fazem com os serviços da Paxos.
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As primeiras informações sobre a criação de um serviço do gênero pela B3 surgiram já em 2021, quando a Bolsa anunciou que entre seus planos estava a ampliação de seus produtos no mercado de criptomoedas, como o lançamento de Futuros de Bitcoin (reprovado pela CVM), além de produtos de tokenização de ativos tradicionais e custódia de criptomoedas.
O primeiro cliente da B3 é o banco Inter, que anunciou a parceria na última segunda-feira, 26, informando que agora seus clientes poderão comprar criptomoedas diretamente pela interface do banco. Segundo a instituição o movimento faz parte de sua estratégia de fidelização de clientes.
Nesta fase inicial, o Inter está disponibilizando sua ferramenta para um grupo selecionado de clientes, permitindo a compra e venda de bitcoin, ether, tether, litecoin e XRP. A expectativa é que o serviço esteja acessível para os 26 milhões de clientes do banco até o final de julho.
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Esta, contudo não é a primeira ação do banco no mundo das criptomoedas. O Inter já oferece exposição em criptostivos por meio de fundos de investimento da Vitreo e da Hashdex.
O banco revelou também que já mira produtos de tokenização e pretende entrar no segmento de ativos tradicionais tokenizados. Entre os bancos, o BTG Pactual foi o primeiro a ter um token próprio lastreado em ativos imobiliários e o Itaú foi o pioneiro no modelo de tokenização de ativos de 'renda fixa'.
Infraestrutura cripto da B3
O sistema de negociação de criptomoedas foi construído com a infraestrutura da B3 Digitas. Esta é a primeira parceria da B3 Digitas com uma instituição financeira, fornecendo além da plataforma de compra e venda, serviços de verificação de existência e titularidade de ativos negociados digitalmente.
Embora a CVM tenha negado a aprovação do produto de futuros de bitcoin da B3 no ano passado, a autarquia concedeu autorização para a B3 criar uma empresa com foco em operações envolvendo ativos digitais. A B3 DA (B3 Digital Assets Serviços Digitais), que agora lança sua corretora.
A nova empresa vinculada à Bolsa de Valores do Brasil nasce para incorporar o segmento de ativos virtuais à sua linha de produtos e serviços, com o objetivo expresso de reduzir a complexidade do acesso a esse mercado.
”A B3 Digitas oferece uma plataforma transparente e segura, contribuindo para a construção de um mercado de criptomoedas cada vez mais robusto e confiável. Com nosso serviço, trabalhamos para que instituições possibilitem aos seus investidores diversificar cada vez mais as suas carteiras e explorar novos mercados em constante transformação”, disse Jochen Mielke de Lima, CEO da B3 Digitas.
Segundo o boletim informativo do colegiado da CVM, a B3 DA pretende explorar oportunidades de negócio com foco no atendimento a instituições financeiras, corretoras e instituições não financeiras, atuando como uma provedora de infraestrutura para viabilizar o acesso ao mercado de ativos digitais dos clientes das entidades associadas.
A B3 DA é fruto de uma sociedade da bolsa com uma de suas subsidiárias, a BLK, uma empresa voltada para a criação e desenvolvimento de softwares e algoritmos de alta frequência para o mercado de capitais e de derivativos financeiros.
A Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) analisou o pedido da B3 para constituição da empresa e foi favorável à concessão da autorização. Seus técnicos avaliaram que os riscos da atividade a ser desempenhada pela B3 DA foram devidamente identificados e seus mitigadores são suficientemente adequados.
O risco financeiro decorrente da constituição da B3 DA foi considerado baixo, uma vez que o investimento é inferior a 1% do Ebitda (sigla em inglês para lucros antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) da B3.
O colegiado da CVM referendou a decisão da área técnica. Ficou determinado também que toda a comunicação pública da B3 DA deve ser acompanhada da advertência de que a sociedade não é regulada pela CVM.
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