Próximo halving do bitcoin e atualizações da Ethereum devem ajudar em alta de criptomoedas (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 18 de abril de 2023 às 11h01.
A gestora de patrimônio internacional Bernstein - que tem cerca de R$ 3 trilhões sob gestão - acredita que as criptomoedas vão passar, em breve, pelo que pode ser o seu maior ciclo de alta da história. Em relatório da empresa, analistas acreditam que a falência da FTX acabou se tornando um catalisador de um processo que resultará nessa forte valorização.
Na visão dos analistas, o colapso da segunda maior corretora cripto do mundo acabou servindo para "limpar" a "última camada tóxica" de projetos do setor, além de ter ensinando investidores sobre a importância da descentralização e da autocustódia em carteiras digitais.
Além disso, o relatório aponta que "catalisadores macroeconômicos" estão se alinhando a favor do bitcoin, a maior criptomoeda do mercado atualmente. Um dos principais fatores para isso é a fraqueza de bancos regionais nos Estados Unidos e a saída de dinheiro de grandes bancos e fundos, mostrando uma preocupação sobre a "centralização do dinheiro".
Os analistas Gautam Chhugani e Manas Agrawal argumentam no relatório que "qualquer deslocamento potencial, seja do lado do crédito de bancos ou do lado soberano, posiciona o bitcoin perfeitamente como um ativo de refúgio seguro ao lado do ouro".
De acordo com a gestora, esse novo ciclo de alta das criptomoedas ainda não está totalmente avaliado pelo mercado, já que os fatores que o desencadearão ainda estão se alinhando. Além de elementos macroeconômicos, eles citam o próximo halving do bitcoin e as atualizações bem-sucedidas da Ethereum, junto com o crescimento de blockchains ligados a ela.
“A oportunidade de construir uma participação financeira institucional no mercado de blockchain continua sendo um objetivo valioso, e participantes sérios permanecem focados no longo prazo”, diz o relatório. O Bernstein acredita ainda que esse seria o “primeiro ciclo cripto que verá a participação de institucionais investidores líderes do mercado”.
Antes mesmo desse novo potencial ciclo de valorização recorde, as criptomoedas já têm tido um 2023 positivo. O bitcoin valorizou mais de 80% nos quatro primeiros meses do ano e mantém o patamar de US$ 30 mil. Já o ether subiu mais de 75% e superou a casa dos US$ 2.100.
Especificamente em relação à Ethereum, os analistas do Bernstein observam que as taxas de transação do blockchain dispararam, o que reflete uma "a crescente intensidade de atividade de usuários e da valorização dos preços de tokens" após a falência da FTX.
A alta recente das criptomoedas tem sido associada à perspectiva de que o ciclo de alta de juros dos Estados Unidos será mais brando e está perto do fim, além da visão de que o mercado cripto, em especial o bitcoin, surgiu como alternativa ao sistema financeiro tradicional em meio a falências de bancos.
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