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Empresa compra mais R$ 120 milhões em bitcoin e mantém aposta na criptomoeda

MicroStrategy é uma das maiores detentoras do ativo no mercado, acumulando mais de R$ 20 bilhões da moeda digital

MicroStrategy tem adquirido mais bitcoin nas últimas semanas (Reprodução/Reprodução)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 5 de abril de 2023 às 11h50.

A MicroStrategy, uma das maiores investidoras institucionais do bitcoin, está reforçando nas últimas semanas a sua aposta na valorização da criptomoeda. Entre 23 de março e 4 de abril, a empresa de tecnologia comprou ao menos US$ 23,9 milhões (R$ 120,66 milhões, na cotação atual) do ativo, equivalente a 1.045 unidades da moeda digital.

As novas aquisições da companhia foram reveladas em um documento divulgado junto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos ( SEC, na sigla em inglês). Com as compras, a MicroStrategy passa a deter cerca de 140 mil unidades da criptomoeda, ou aproximadamente US$ 4 bilhões (R$ 20,13 bilhões, na cotação atual).

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O preço médio de compra de bitcoin por parte da MicroStrategy desde as suas primeiras aquisições está em US$ 29.803. O valor é próximo da cotação atual da criptomoeda, rondando os US$ 28.500, o que pode explicar os novos movimentos recentes de compra.

No dia 27 de março, a MicroStrategy já havia revelado em outro documento que, em cinco semanas entre fevereiro e março de 2023, havia adquirido 6.455 unidades da criptomoeda, por US$ 150 milhões e com um preço médio de aquisição de US$ 23.238 por unidade.

Na época, o cofundador e ex-CEO da empresa, Michael Saylor, também revelou que a empresa quitou um empréstimo com o Silvergate Bank equivalente a US$ 205 milhões. As compras de bitcoin coincidiram com um movimento de alta do ativo ligado à crise bancária nos Estados Unidos.

Alta do bitcoin

Para especialistas, a valorizaçãoda maior criptomoeda do mercadoestá ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda doFederal Reserve— reforçada após as recentes falências bancárias —, com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre.

O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptos, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.

Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos devido a algumas características da criptomoeda, em especial sua oferta finita e limitada, que lhe confere um caráter deflacionário.

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