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Drex vai substituir o real em 2025? Entenda o futuro do projeto do Banco Central

Projeto faz parte da agenda de inovação do Banco Central e entra em nova fase em 2025, com testes de diferentes casos de uso

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 11h48.

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Anunciado em 2022, o Drex é um dos principais projetos da agenda de inovação do Banco Central, colocado no mesmo patamar do Pix e do Open Finance. Atualmente em fase de testes e desenvolvimento, a iniciativa chega em 2025 a uma nova fase, prometendo avançar na avaliação dos seus casos de uso futuros.

A visão do Banco Central é que o projeto tem potencial para ter um impacto no sistema financeiro ainda maior que o do Pix. Em setembro deste ano, Roberto Campos Neto afirmou que o Drex "é mais inovador" que o Pix e tem potencial para "sacudir" os sistemas de grandes bancos.

A principal novidade que o projeto deverá trazer é uma integração com a mesma tecnologia por trás das redes blockchain que organizam o funcionamento de criptomoedas como o bitcoin. Mas a iniciativa também precisará superar alguns desafios antes de chegar ao público.

Drex vai substituir o real?

Não, o Drex não vai substituir o real. O Banco Central afirmou em diversas ocasiões que o projeto não pretende criar uma nova moeda brasileira ou então representar o fim da emissão do dinheiro de papel. A ideia, na verdade, é que o Drex resulta na criação de uma nova plataforma digital que será a base do sistema financeiro do futuro.

Essa nova infraestrutura pública digital será baseada em uma rede de registro distribuído, uma DLT, que segundo o BC trará mais eficiência, velocidade e capacidade de criar novos produtos financeiros ou ampliar o acesso a produtos já existentes no mercado, reduzindo custos e investimentos mínimos exigidos. Para isso, porém, será necessário que exista uma versão digitalizada do real nessa rede.

Por isso, o Drex irá contar com a chamada CBDC, sigla em inglês para moeda digital de banco central. Toda CBDC é tokenizada, ou seja, é criada e registrada em blockchain. Na prática, 1 unidade da CBDC brasileira sempre será equivalente a R$ 1.

Como o Drex será usado?

O principal caso de uso do Drex será como uma plataforma para a realização de diversas operações que hoje já existem no mercado financeiro. A sua primeira fase de testes, por exemplo, ocorreu em 2024 e focou na emissão e negociação de títulos públicos federais que foram tokenizados.

Já na segunda fase, serão testados ao menos 13 casos de uso que vão de compra e venda de carros ou imóveis até a concessão de crédito, sempre por meio da plataforma. Para isso, o dinheiro que estaria envolvido nessas operações também precisa estar tokenizado.

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O Banco Central divide a CBDC brasileira em dois tipos. Haverá um Drex, ou real, de varejo e outro de atacado. O de atacado será usado por bancos e instituições financeiras para operações entre eles. Já o de varejo será usado pela população em geral.

A ideia, porém, é que o público não precise saber as diferenças entre as versões e nem quando está efetivamente usando um real tokenizado ou "tradicional". Segundo o coordenador do projeto, o foco será em apresentar os benefícios do projeto, sem que a população precise dominar os seus aspectos técnicos.

Quando o Drex vai ser lançado?

Inicialmente, o Banco Central afirmava que o Drex poderia ser lançado em 2024 ou até o final de 2025. Conforme os testes do projeto avançaram, porém, foram identificados desafios mais complexos envolvendo privacidade de dados que ainda não foram resolvidos. O BC já ressaltou que, enquanto não houver essa resolução, o projeto não será lançado ao público.

A previsão é que a segunda fase de testes do piloto do Drex se estenda ao menos pelo primeiro semestre do próximo ano. Haverá, então, uma avaliação sobre o estágio da iniciativa e as possíveis soluções encontradas para as questões de privacidade, com definição dos próximos passos.

O Banco Central informou, porém, que qualquer lançamento do Drex para o público deverá ocorrer de forma escalonada. A ideia é que ele seja liberado aos poucos, inicialmente para uma parcela pequena da população, para que seja possível testá-lo e entender a receptividade do público à plataforma e à CBDC.

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