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"Drex vai ser mais inovador que o Pix", diz Roberto Campos Neto

Presidente do Banco Central falou sobre projeto para criar versão digital do real e potencial para reduzir "ruídos" no mercado

Drex: Roberto Campos Neto falou sobre potencial do projeto (Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)

Drex: Roberto Campos Neto falou sobre potencial do projeto (Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 09h30.

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Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central, afirmou nesta semana que o Drex tem potencial para ser mais inovador que o Pix. Em sua participação na J. Safra Brazil Conference, ele falou sobre o andamento do projeto e também sobre a capacidade da versão digital do real para reduzir "ruídos" que existem no mercado financeiro atualmente.

"Eu acho que o Drex vai ser mais inovador que o Pix porque ele vai fazer com que a gente de fato melhore muito os ruídos na intermediação de ativos financeiros e não financeiros", comentou Campos Neto. Apesar de não apresentar uma possível data para o lançamento do projeto, ele também falou sobre a evolução do seu desenvolvimento.

Segundo o presidente do Banco Central, "a gente está em uma fase agora mais onde a gente está testando os pilotos, os conceitos. O projeto tem avançado bastante em termos de teste. Ele tem ainda uma barreira que é a barreira da
escalabilidade, porque é uma tecnologia nova".

Campos Neto disse ainda que, no momento, existem outros dois bancos centrais ao redor do mundo que estão trabalhando com projetos de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) semelhantes à brasileira, voltada para a tokenização de depósitos bancários.

"O Brasil de novo foi pioneiro em fazer uma moeda digital através de tokenização de depósitos. Nenhum outro país tinha lançado esse conceito. Agora a gente tem outros dois países fazendo como a gente e esse é um projeto que
está na fronteira da tecnologia", ressaltou o presidente do BC.

Desafios do Drex

Por outro lado, ele reconheceu que o grau de inovação do Drex também resulta em uma dificuldade maior para encontrar soluções para determinados problemas ou desafios enfrentados no seu desenvolvimento, com destaque para o aspecto de garantia de privacidade de dados, tema que tem permeado o piloto da CBDC.

Segundo Campos Neto, "a gente está buscando soluções. Não temos todas as soluções, mas estamos avançando bastante rápido". Ele comentou ainda que uma das importâncias do projeto está no seu papel de inserir a tokenização no mercado financeiro, que ele avalia resultar em uma "intermediação financeira mais aberta, mais transparente e mais competitiva".

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O presidente do Banco Central se referiu ao Drex como um dos "blocos fundamentais" da agenda da autarquia, formada ainda pelo Pix, pelo Open Finance e por um esforço de internacionalização da moeda brasileira, criando uma "agenda integrada" com foco na modernização do sistema financeiro brasileiro.

Campos Neto destacou que, no futuro, essa agenda poderá ganhar dois novos blocos: um de inteligência artificial e outro de monetização de dados. "A gente entende que, em algum momento, eles vão entrar mais fortes nisso [inovação no mercado financeiro]", comentou.

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