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Drex pode mudar visão das empresas brasileiras sobre criptomoedas, diz Mercado Bitcoin

Em entrevista exclusiva para a EXAME, corretora brasileira de criptomoedas falou sobre participação no piloto do real digital

Mercado Bitcoin é uma plataforma de negociação de criptoativos criada em 2013 (Reprodução/Reprodução)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 10 de novembro de 2023 às 11h32.

Criado em 2013, o Mercado Bitcoin é, atualmente, um dos principais e mais antigos players do mercado brasileiro de criptomoedas. E, na visão de Fabricio Tota, diretor de Novos Negócios da exchange, o Drex possui o potencial de dar um novo impulso para esse segmento, mudando tanto a visão de muitos agentes do mercado tradicional sobre o tema quanto a forma de utilizar e explorar os ativos digitais.

Em entrevista exclusiva para a EXAME como parte do Especial: Real Digital, Tota comentou como tem sido a participação do Mercado Bitcoin na fase de testes com o piloto da moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) brasileira. Apesar do projeto contar com 16 consórcios e empresas individuais selecionadas, poucas são nativas do mundo cripto.

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Segundo Tota, o Mercado Bitcoin já criou o "nó" - uma espécie de ponto de acesso - na rede do Drex e realizou emissões, resgates e transferências com a versão digital do real, assim como a liquidação de títulos públicos. Na corretora, "o desenvolvimento é conduzido por quatro times dedicados, abrangendo áreas como infraestrutura, experiência do usuário para os mercados de atacado e varejo e backend".

Drex e criptomoedas

Apesar da proximidade, Tota explica que existem diferenças entre o Drex e as criptomoedas : "Enquanto o Drex é uma expressão digital do real, emitido pelo Banco Central, as criptomoedas, como bitcoin e ether, são ativos digitais descentralizados, não vinculados a uma entidade governamental específica".

"Além disso, a governança, a segurança e a operacionalização do Drex serão centralizadas e sob a supervisão direta do Banco Central, ao passo que as criptomoedas operam em redes descentralizadas segundo seus próprios algoritmos. Isso significa que o Drex terá uma pegada regulatória muito forte, enquanto as criptomoedas se beneficiam de uma natureza mais resistente à censura, descentralizada e global", destaca.

Mesmo assim, o executivo acredita que a CBDC brasileira tende a ter um potencial positivo para o mercado cripto do Brasil. O motivo, avalia, é que ela tem o potencial de "acelerar a adoção de soluções baseadas em blockchain. Ao mesmo tempo, ao fornecer uma alternativa digital oficial para o real, o Drex pode influenciar a forma como o mercado brasileiro vê e utiliza outras criptomoedas e as tecnologias que suportam esses ativos".

"No longo prazo, esperamos que a coexistência do Drex e outras criptomoedas enriqueça o ecossistema financeiro digital do Brasil, com impacto significativo especialmente no tema da tokenização , que o Mercado Bitcoin se destaca de forma significativa hoje em dia", projeta o diretor do Mercado Bitcoin.

O impacto na tokenização, ressalta, seria o de um "catalisador", já que a CBDC tende a "familiarizar mais instituições com o tema cripto e blockchain". Com isso, a versão digital do real "pode preparar o terreno para uma maior aceitação de outros ativos tokenizados, impulsionando esse mercado extremamente promissor".

"No Mercado Bitcoin, vemos isso como uma oportunidade tremenda para expandir nossas ofertas de tokenização, forjar parcerias nacionais e internacionais nas diversas disciplinas que compõem a tokenização, como originação de ativos, estruturação de ofertas e distribuição dos ativos tokenizados", comenta Tota.

O executivo destaca ainda que o mercado internacional tem tido um "crescente interesse" nas iniciativas de tokenização que estão em andamento no Brasil. Nesse sentido, o impulso que a CBDC dará representa uma "oportunidade única de fazer com que o Brasil se desenvolva de forma importante e tenha relevância global no tema".

Este conteúdo é parte do "Especial: Real Digital", que tem apoio da Mynt e patrocínio de Aarin Tech-Fin e Febraban. Para saber mais e acompanhar todos os conteúdos exclusivos com quem mais entender de Drex no Brasil, acesse a página do evento na EXAMEclicando aqui.

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