Future of Money

Drex: BC emite primeiros títulos públicos tokenizados e destaca avanços no piloto

Banco Central revelou que ambiente de testes da versão digital do real já registrou 500 operações nos últimos 50 dias

Drex tem previsão de lançamento para o público no fim de 2024 (Banco Central/Divulgação/Divulgação)

Drex tem previsão de lançamento para o público no fim de 2024 (Banco Central/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 13 de setembro de 2023 às 10h59.

O Banco Central divulgou nesta quarta-feira, 13, uma atualização sobre o andamento dos testes com o piloto do Drex, a versão digital do real. A autarquia revelou que emitiu nesta semana as primeiras versões tokenizadas de títulos públicos federais, que vão compor as simulações entre instituições financeiras.

Em um comunicado, o Banco Central informou que a emissão ocorreu na última segunda-feira, 11, e envolveu a criação de versões fictícias de LTNs (Letras do Tesouro Nacional) e LFTs (Letras Financeiras do Tesouro). A tokenização é o processo de registro de ativos em uma rede blockchain, que passam a contar então com tokens correspondentes.

Segundo a autarquia, "cada um dos participantes já habilitados recebeu uma cota da versão para simulação dos títulos públicos e, a partir de então, podem iniciar também a simulação de procedimentos de compra e venda desses títulos entre eles e entre clientes simulados".

A simulação de trocas de títulos públicos tokenizados no ambiente do Drex é uma das metas do Banco Central para o piloto, com o objetivo de avaliar o funcionamento dessas operações. Além disso, a fase envolve testes de escalabilidade, segurança e privacidade na rede blockchain escolhida para hospedar a versão digital do real.

O Banco Central também informou que, dos 16 grupos selecionados para participar do piloto, 11 já contam com nós, que são pontos de acesso e operação, em funcionamento na rede. Com isso, "vários tipos de operações têm sido simuladas tanto no atacado quanto no varejo".

Entre essas operações, a autarquia cita "criação de carteiras, emissão e destruição de Drex e transferências simuladas entre bancos e entre clientes". Além disso, "todos os participantes conectados já realizaram ao menos alguns desses tipos de transações".

O comunicado revelou ainda que, nos últimos 50 dias, já foram concluídas de forma bem-sucedida cerca de 500 operações. O Banco Central anunciou recentemente um adiamento do fim da fase do piloto para maio de 2024, mas os dados mostram que as operações entre os participantes seguem avançando.

Na semana passada, os bancos Bradesco, Inter e Caixa Econômica Federal realizaram a primeira transferência simultânea entre três bancos envolvendo o Drex.

Anteriormente, o Itaú e o BTG Pactual realizaram a primeira transferência interbancária do piloto, enquanto o Banco do Brasil e a Caixa tiveram a primeira transferência entre bancos públicos e o Inter e a Caixa anunciaram a primeira troca entre um banco público e um banco privado.

  • Uma nova era da economia digital está acontecendo bem diante dos seus olhos. Não perca tempo nem fique para trás: abra sua conta na Mynt e invista com o apoio de especialistas e com curadoria dos melhores criptoativos para você investir.  

Avanços do Drex

Fabio Araujo, coordenador do Drex no Banco Central, ressaltou que "o potencial para afetar o cotidiano do brasileiro é muito grande. Da mesma forma que o Pix democratizou o acesso a serviços de pagamentos, o Drex está sendo desenvolvido para democratizar o acesso a serviços financeiros, como crédito, investimento e seguros".

"Além da criação de carteiras, os participantes já começaram a realizar operações de transferência, que podem ser diretamente entre participantes, entre um participante e seu clientes, entre clientes de um mesmo participante e até mesmo entre clientes de diferentes participantes", explicou.

No momento, a rede de testes "ainda não conta com a soluções de proteção à privacidade que serão testadas" ao longo do piloto do Drex. “Para que os testes possam prosseguir para fase de soluções de privacidade, é necessário que os participantes tenham familiaridade com as operações básicas da plataforma Drex", comentou Rogério Lucca, chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do BC.

“É importante ressaltar que essas são as primeiras operações de um sistema complexo e que a tendência é que o número de operações cresça de forma acelerada uma vez que os primeiros testes de cada participante sejam realizados. O alto engajamento é mais um sinal do potencial que os participantes enxergam na plataforma para o desenvolvimento e a oferta futura de soluções inovadoras", destacou.

yt thumbnail

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:Drex (Real Digital)Banco CentralTokenização

Mais de Future of Money

Ex-CEO reaparece em evento da Binance após ser solto nos EUA: “conheci muita gente boa na prisão”

Whitepaper do Bitcoin completa 16 anos: do 0 ao US$ 1 trilhão, saiba a trajetória do "ouro digital"

ETFs nos EUA ultrapassam 1 milhão de bitcoins em "adoção institucional expressiva"

“Bitcoin está muito próximo da recorde histórico”, diz especialista do BTG