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Deputado diz que Binance será convocada na CPI sobre golpes com criptomoedas

Empresa enfrenta processos no Brasil e nos EUA, e parlamentar destaca necessidade de dar clareza sobre operações e saúde financeira da exchange

Binance é acusada de ter misturado fundos de clientes (Bloomberg/Getty Images)

Binance é acusada de ter misturado fundos de clientes (Bloomberg/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 7 de junho de 2023 às 15h34.

Última atualização em 7 de junho de 2023 às 15h53.

O deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) anunciou nesta quarta-feira, 7, que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados sobre a prática de pirâmides financeiras e outros golpes envolvendo criptomoedas pretende convocar a Binance - maior exchange do mundo e com atuação no país - para prestar depoimento na comissão.

Ribeiro participou do evento Criptorama Brasília 2023 e falou sobre os trabalhos futuros da CPI, que deverá ser instalada na próxima terça-feira, 13, após um adiamento na última terça-feira, 6, devido à falta de quórum para eleição do presidente e dos vice-presidentes da comissão. Ribeiro deve ficar com a presidência do órgão, já que é autor do requerimento para a sua criação. O parlamentar comentou que, atualmente, a relatoria da comissão pode ficar com o PL ou com o PT.

Questionado sobre a convocação da Binance, Ribeiro disse que ela já estava nos planos da CPI antes do processo anunciado pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC. A autarquia acusa a Binance de ter violado as leis dos país sobre negociação de valores mobiliários e de ter misturado fundos de clientes com os da própria empresa, além de ter criado mecanismos para burlar a ação de reguladores.

O objetivo da convocação, segundo o deputado, é "fazer a discussão" sobre as práticas da empresa e esclarecer aspectos de governança, como a gestão de fundos de clientes. Ribeiro afirmou que a CPI possui poderes para quebrar sigilos bancários e requisitar acesso às informações financeiras da empresa. Ribeiro destacou que a convocação é uma "oportunidade de escuta" para a exchange.

"A gente tem que esclarecer, porque a CPI tem um papel pedagógico, é a maior contribuição que a gente pode fazer", afirmou Ribeiro. A ideia é questionar a Binance sobre o processo da empresa com a CVM, além de problemas no exterior, e dar clareza sobre os temas discutidos em torno das operações da empresa. "A gente não está falando que a Binance é culpada, fazendo um julgamento, mas queremos um esclarecimento, de como está sua saúde financeira, para não ter nenhuma surpresa", disse o deputado.

O deputado informou ainda que a CPI pretende abordar a criação do BFT, o fan token da CBF, para entender exatamente a lógica financeira do ativo e como se dá o seu funcionamento. Com isso, ele espera que o relatório possa contribuir para o debate sobre a regulação do setor.

Ribeiro novamente disse ser contra a segregação patrimonial, defendendo ao invés disso a criação de um fundo garantidor semelhante ao dos bancos, de modo a garantir a competição entre os dois tipos de empresas e, ao mesmo tempo, proteger clientes em casos de falências ou outros problemas. Além disso, ele afirmou que o decreto do governo ligado ao Marco Regulatório das Criptomoedas deve ser publicado "nos próximos dias".

Processos da Binance

A Binance o seu CEO, Changpeng Zhao,também foram processados nos Estados Unidos em março deste ano, acusados pela Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês) de terem oferecido ilegalmente a seus clientes a opção de negociar contratos futuros de criptomoedas.

O processo está em andamento, mas as punições podem chegar a um cessamento das operações no país. Além disso, a empresa é investigada nos EUA por possível facilitação de lavagem de dinheiro por clientes, mas desde então afirma ter implementado medidas para coibir a prática.

No Brasil, a corretora de criptomoedas também enfrenta problemas jurídicos. Atualmente, ela negocia um termo de compromisso com a Comissão de Valores Mobiliários enquanto enfrenta um processo semelhante ao dos EUA, com acusação de ter ofertado ilegalmente contratos futuros de bitcoin. Também há um processo em andamento no Canadá.

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