Portilho considera que ainda há uma “barreira tecnológica” que ainda dificulta o uso do DeFi por cidadãos comuns (putilich/Getty Images)
As aplicações de finanças descentralizadas, ou DeFi, como são mais conhecidas, têm potencial para se expandir e vão “eliminar alguns intermediários ou torná-los mais eficientes”, afirmou o especialista André Portilho, do BTG Pactual, responsável pela Mynt, plataforma de investimento em criptomoedas do banco.
Em evento da World Investor Week 2022, Portilho destacou que essa expansão só ocorrerá, porém, com algum tipo de regulação na área, dando segurança para os usuários que não entendem como o DeFi funciona, mas querem usá-lo no dia a dia. “A regulação ainda foi feita pensando no mundo analógico”, observou. Para ele, a adequação das finanças descentralizadas a regulações e sistemas de compliance “vai ser um desafio”.
Por outro lado, o setor deve “multiplicar interações, produtos e acessos" para o cidadão comum: "Quando permitir que ele consiga interagir com esse mundo de forma segura, provavelmente vai ter um impulso de adesão”, disse.
Portilho considera que ainda há uma “barreira tecnológica” que ainda dificulta o uso do DeFi por cidadãos comuns. “O desafio é como montar essa soluções para possibilitar que isso ganhe escala e traga benefícios para a pessoa na ponta que vai usar no fim das contas”, pontua o executivo.
Para ele, as pessoas não precisarão, no futuro, entender como as finanças descentralizadas funcionam, mas precisarão “usar um produto melhor do que têm hoje e ter alguém para reclamar e, no limite, processar. É a forma como funciona hoje em outras áreas, não vejo outra forma de funcionar”.
Na avaliação de André Portilho, uma descentralização total da economia seria “utopia”. “As teses, não só na mais anárquica que deu origem ao bitcoin, nascem com um propósito que é válido, tem importância, mas vão se adaptando à nossa realidade”.
Mesmo assim, o processo de adoção do DeFi deve levar à eliminação de alguns intermediários e tornar outros mais eficientes, seguindo uma necessidade da própria sociedade por intermediários.
“Hoje temos um mundo talvez muito concentrado na internet, alguma desconcentração, descentralização, vai ser bem-vinda. Tem que desconcentrar a indústria financeira brasileira, mundial, estamos nesse processo, já está acontecendo, é bom, mas não dá para achar que de uma hora para outro todo mundo vai ser seu próprio banco”, defendeu.
Portilho disse também que é preciso ver o DeFi não apenas pela ótica da tecnologia, mas também do que ela se presta a fazer, os problemas que está resolvendo e o impacto gerado.
Já sobre a regulação, ele vê o Brasil “muito bem amparado”, com “reguladores que entendem da tecnologia, querem um arcabouço regulatório que não coíba a inovação e uma indústria financeira altamente capacitada. Todas as ferramentas para o Brasil ser um hub relevante no mercado cripto mundial”.
A adoção das aplicações de DeFi, afirmou, é "uma transformação geracional": "Isso acontece de tempos em tempos, como na internet, outras tecnologias. Essas transformações mexem muito na estrutura e na forma como os negócios são feitos e a sociedade funciona. E junto com essas transformações, vêm muitas oportunidades”.
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