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Ataques a plataformas em blockchain caem 8%, mas roubam US$ 3,8 bilhões em 2020

Estudo mostra que número de ataques bem-sucedidos a sites, apps e plataformas ligadas aos criptoativos vêm diminuindo, mas ainda deixam prejuízo bilionário

(Sergei KonkovTASS/Getty Images)
GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 11h35.

Um estudo da Atlas VPN, publicado no último dia 12, mostra que o número de ataque de hackers a sites, apps, redes e outras plataformas ligadas aos criptoativos caíram em 2020, em relação à 2019, mas ainda assim deixaram milhares de vítimas e geraram um prejuízo de 3,8 bilhões de dólares, em valores atualizados.

A determinação dos valores em dólares é um ponto polêmico da pesquisa, já que ela considera criptoativos roubados ao longo de 2020, mas usa a conversão com base nos preços em 12 de janeiro de 2021, quando a maioria desses ativos digitais era negociado a um valor muito maior do que na época em que foram roubados.

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Ao todo, a pesquisa mostra que os ataques relacionados à projetos em blockchain caíram 8% em 2020, em relação ao ano anterior, o que indica que o crescimento e o amadurecimento deste mercado também ajudam a fortalecer a segurança das suas ferramentas e aplicações — seja com investimento e evolução de sistemas de segurança, seja porque os usuários estão mais bem informados sobre boas práticas de segurança.

“É difícil dizer o que o futuro reserva para a tecnologia blockchain em relação à segurança. Estamos apenas em meados de janeiro e já foram notificados dois ataques bem-sucedidos e um caso de chantagem envolvendo criptoativos”, diz o relatório. “No entanto, os números não chegam nem perto do que foi registrado no ano recorde de 2019, quando ocorreram 31 ataques só em janeiro. As violações podem continuar a cair em 2021.”

Os aplicativos descentralizados (chamados "dApps") da rede Ethereum foram os principais alvos dos cibercriminosos em 2020. Ao todo, foram 47 ataques bem-sucedidos, que permitiram o roubo de 436,36 milhões de dólares. Exchanges de criptoativos vêm logo atrás: 28 ataques e mais de 300 milhões de dólares de prejuízo.

Carteiras digitais, que são plataformas para custódia de criptoativos, ocupam o terceiro lugar por número de ataques, mas lideram com folga o ranking por total de dinheiro roubado. Foram 27 ataques registrados em 2020, que desviaram 3,03 bilhões de dólares em criptoativos ao longo do ano.

Redes blockchain também foram vítimas dos criminosos virtuais. Se as principais redes blockchain, de projetos como Bitcoin e Ethereum, por exemplo, são altamente seguras e praticamente à prova de hackers, o mesmo não vale para projetos de menor porte. Foram 12 ataques e mais de 5,9 milhões de dólares roubados no ano passado.

Uma das ações de maior destaque desse tipo foram os "Ataques de 51%" à rede do projeto Ethereum Classic. Esse tipo de ataque acontece quando uma única entidade ou organização consegue controlar a maioria do hash rate (poder computacional da rede), podendo causar e/ou explorar falhas no sistema, como, por exemplo, reverter transações.

Investimentos em segurança são essenciais para projetos em blockchain, sejam exchanges, carteiras, aplicativos ou quaisquer outras coisas, mas é igualmente importante que usuários tomem os cuidados necessários para realizar transações e investimentos em ambiente digital. Uso de senhas fortes e autenticação em dois fatores (2FA), por exemplo, são essenciais e podem evitar riscos.

Os números da pesquisa reforçam que este é um movimento que já está acontecendo e, se por um lado os agentes mal intencionados e os ataques sempre vão existir, é bastante provável que tenham cada vez menos êxito e, consequentemente, se tornem mais raros.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos.Confira.

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