Tais métodos são utilizados para garantir a segurança do blockchain, verificar transações, incluir transações no histórico do blockchain e para criar novas moedas e tokens (Westend61/Getty Images)
Coindesk
Publicado em 30 de dezembro de 2021 às 14h00.
Última atualização em 30 de dezembro de 2021 às 14h20.
Conforme navegamos no mundo complexo das criptomoedas, é especialmente importante ter uma noção clara sobre o funcionamento de cada rede, como novos tokens são criados e a razão para seus modelos específicos.
Existem dois mecanismos de consenso principais — algoritmos utilizados por sistemas distribuídos que permitem que a rede funcione e permaneça segura — utilizados por criptomoedas: prova de trabalho (proof-of-work; PoW) e prova de participação (proof-of-stake; PoS). Tais métodos são utilizados para garantir a segurança do blockchain, verificar transações, incluir transações no histórico do blockchain e para criar novas moedas e tokens.
O bitcoin foi a primeira criptomoeda a implementar a prova de trabalho — o mecanismo de consenso utilizado pela rede Bitcoin, que garante a segurança do blockchain. Você vai ouvir com frequência o termo “minerador” no contexto das criptomoedas. Minerar no blockchain se refere a esse mecanismo de prova de trabalho. São necessárias grandes quantidades de energia (poder computacional e energia elétrica) para garantir a segurança do blockchain, e por isso, os mineradores são recompensados com novas moedas quando auditam o blockchain efetivamente.
Por todo o mundo, mineradores competem para garantir a segurança do blockchain e ganhar a recompensa, que atualmente é de 6,25 BTC a cada bloco, que são emitidos aproximadamente a cada 10 minutos. Essa recompensa eventualmente cairá para zero, conforme o abastecimento de bitcoin atingir o limite de 21.000.000 de moedas. Esse é o número máximo de moedas que podem ser geradas, de acordo com o código escrito pelo criador do bitcoin, Satoshi Nakamoto.
A prova de trabalho é um mecanismo de consenso e dessa forma, é confiável e utilizado pela rede Bitcoin. Quando o valor monetário do blockchain aumenta, os mineradores são incentivados financeiramente para se unir à rede. Em troca, isso fortalece o blockchain e melhora a segurança. Por conta da grande quantidade de energia necessária para minerar no blockchain do bitcoin, é impossível que uma única entidade controle toda a rede, e assim preserva-se a descentralização e a integridade do protocolo.
Desenvolvedores rapidamente perceberam que os blockchains que funcionam com o mecanismo de consenso da prova de trabalho têm problemas de escala e criaram outras redes para solucionar esse problema, como a Ethereum (considerando especificamente a Ethereum 2.0) que irá depender da prova de participação — onde os validadores realizam o staking de moedas para ganhar o direito de verificar transações e adicioná-las ao blockchain — como seu mecanismo de consenso.
Nota: a rede Ethereum está passando por uma série de atualizações que irão possibilitar a adoção da prova de participação como seu mecanismo de consenso, ao invés da prova de trabalho. Confira tudo sobre a atualização aqui.
A Ethereum e outros blockchains que operam smart contracts processam um número significativamente maior de transações quando comparados a blockchains que não os operam, como o bitcoin. A Ethereum atualmente processa mais de 1.000.000 transações por dia, o que irá aumentar muitas vezes assim que a atualização para Ethereum 2.0 estiver completa. A rede Bitcoin processa 200.000 transações por dia, então é fácil entender porquê problemas de escala precisam ser resolvidos.
A Ethereum, por exemplo, precisa processar suas próprias transações, executar as transações de smart contracts, de NFTs etc. A prova de participação é a solução ideal para os problemas de escala que os mecanismos de prova de trabalho são conseguem solucionar em sua camada principal.
Nem todas as moedas que utilizam a prova de participação operam sob as mesmas regras, apesar do conceito de validação ser consistente de moeda para moeda. Os participantes do mercado, geralmente chamados de validadores, precisam realizar o staking (congelamento de fundos) de um certo número de moedas para poderem ajudar a validar transações, o que seria essencialmente a mesma função dos mineradores. Cada validador qualificado poderá receber uma recompensa. A rede recompensa os validadores baseando-se primariamente em suas propriedades.
Para simplificar: quanto mais poder computacional e energia você utilizar, maiores as suas chances de ser recompensado pela mineração com a prova de trabalho. Quanto maior a sua carteira e mais firme o seu comprometimento, maiores as suas chances de ser recompensado pela validação com a prova de participação.
Tokens, por outro lado, estão fora da família das criptomoedas de prova de trabalho e participação. Eles não são uma moeda por si próprios, mas ao invés disso, são uma unidade de medida que existe sobre a estrutura de uma criptomoeda pré-existente. Eles são tipicamente utilizados para representar ativos físicos, como imóveis ou colecionáveis, ativos digitais como poder de processamento ou armazenamento e finanças descentralizadas (DeFi).
É importante notar que cada token é único e qualquer pensamento aplicável a um token específico, pode não ser aplicável a outro.
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