(Chesnot / Colaborador/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 16 de novembro de 2020 às 18h45.
Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 12h44.
Desde o início do mês, a cotação do bitcoin tem quebrado recorde atrás de recorde no Brasil e se aproxima da sua máxima histórica no mercado internacional. E, segundo especialistas, isso pode ser apenas o começo, segundo duas grandes empresas do mercado financeiro: o Citibank e a Grayscale.
Thomas Fitzpatrick, analista do Citibank, assina relatório em que afirma que toda a existência do bitcoin foi caracterizada por grandes oscilações de preço e que isso é "exatamente o tipo de coisa que sustenta uma tendência de longo prazo".
No relatório, Fitzpatrick afirma que a análise técnica do gráfico semanal do bitcoin indica a possibilidade do ativo digital chegar a 318 mil dólares em dezembro de 2021. O executivo do Citibank baseou sua análise no "movimento exponencial" do bitcoin em 2010-2011 como sendo "muito reminiscente" do mercado de ouro de 1970, que experimentou 50 anos numa faixa de preço restrita, entre 20 e 35 dólares, antes de um rompimento ocorrer após mudança na política fiscal do governo Nixon, em 1971.
"A dissociação do ouro das moedas fiduciárias, a pandemia da Covid-19 e o desejo dos bancos centrais de buscar políticas agressivas de flexibilização quantitativa podem levar a um futuro crescimento explosivo do preço do bitcoin", de acordo com o relatório de Fitzpatrick.
A Grayscale Investments, maior gestora de criptoativos do mundo, também parece animada com o futuro do maior ativo digital do mercado. Nesta segunda-feira, a companhia, que já era a maior custodiante de bitcoin do mundo, chegou a marca de 500.000 BTC sob sua custódia. "A Grayscale Bitcoin Trust agora detém mais de 500.000 BTC. Sim, você leu certo. Saiba mais sobre o maior produto de investimento em bitcoin do mundo", disse a companhia, no seu perfil oficial no Twitter.
Grayscale Bitcoin Trust now holds more than 500,000 $BTC. Yes, you read that right. Learn more about the world's largest #Bitcoin investment product. #GoGrayscale https://t.co/2sEpUdw8iN pic.twitter.com/9h8nGZ8i4t
— Grayscale (@Grayscale) November 16, 2020
O número é impressionante. Na cotação atual - por volta de 16.700 dólares no mercado internacional -, equivale a 8,3 bilhões de dólares, ou mais de 45 bilhões de reais. Além disso, é importante lembrar que o bitcoin é escasso, ou seja, em algum momento sua mineração chegará ao fim e mais nenhum novo bitcoin poderá ser emitido. Isso vai acontecer quando exatos 21 milhões de bitcoins tiverem sido minerados.
Atualmente, o número de bitcoins em circulação é de 18,5 milhões, o que significa que apenas mais cerca de 2,5 milhões BTC "surgirão" no mercado. No número atual, isso significa que a Grayscale possui 2,5% de todos os bitcoins do mundo — número que, caso a gestora não faça mais compras, pode cair conforme novos bitcoins forem minerados.
O preço do bitcoin chegou a mais de 91.000 reais nas exchanges brasileiras nesta segunda-feira (16), o maior preço da história no país. Devido à desvalorização do real frente o dólar, no mercado internacional o ativo ainda está abaixo de sua máxima histórica, quando chegou a 20 mil dólares em dezembro de 2017.