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Como o combate ao cibercrime se tornou a oportunidade ideal para popularizar as criptomoedas

A inovação já é um aspecto intrínseco à criptoeconomia, entretanto, quando se trata de segurança digital, inovar se mostrou fundamental para barrar a ação de criminosos

Golpes com criptomoedas crescem cada vez mais (seksan Mongkhonkhamsao/Getty Images)

Golpes com criptomoedas crescem cada vez mais (seksan Mongkhonkhamsao/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2023 às 10h01.

Por Brianna Kernan*

O último ano foi um dos mais agitados na história das criptomoedas. Além da implosão de empresas como Celsius, Three Arrows Capital e FTX, também observamos o volume total movimentado no mercado cair com o início do bear market, como é conhecido um mercado de baixa.

No Chainalysis 2023 Crypto Crime Report, identificamos o segundo crescimento consecutivo no volume de transações ilícitas utilizando criptomoedas: passando de 0,12% em 2021 (US$ 18 bilhões) para 0,24% em 2022 (US$ 20,1 bilhões). Dessa forma, entre outras coisas, 2022 deixou claro que, embora as blockchains sejam inerentemente transparentes, há espaço para melhorias.

Como em qualquer outro setor, conforme crescem os usos e as quantias movimentadas por meio de criptomoedas, agentes mal intencionados procuram novas formas de burlar os sistemas de segurança em vigor. A inovação já é um aspecto intrínseco à criptoeconomia, entretanto, quando se trata de segurança digital, inovar se mostrou fundamental para barrar a ação de criminosos - e a análise de blockchain já é uma das nossas principais ferramentas nesse sentido.

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Outro avanço que pode trazer uma visibilidade mais completa sobre transações suspeitas é a conexão dos dados off-chain com passivos on-chain, além da transparência de todas as movimentações em protocolos DeFi. Conforme o compliance ganha espaço no mercado em uma tentativa de frear atividades ilícitas, os players do ecossistema cripto devem se esforçar para alcançar os mais elevados padrões de segurança e transparência.

A Chainalysis também identificou que aproximadamente 44% do volume de transações ilícitas está associado a entidades sancionadas. As autoridades têm percebido a importância de manter-se vigilantes e atualizadas no combate ao cibercrime.

A exemplo disso, a Agência de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC) lançou em 2022 a maior ofensiva contra endereços ligados a países, regimes, indivíduos e entidades considerados ameaças à segurança e à política externa do país.

Contudo, apesar dos esforços, a luta contra o cibercrime não terá um fim definitivo. Assim como nos crimes tradicionais, os cibercriminosos sempre buscarão adaptar suas estratégias aos novos padrões de investigação. Além disso, o uso de criptomoedas para atividades ilícitas não será eliminado por completo, porém, deve ser coibido - e já dispomos de ferramentas efetivas que estão balanceando o poder a favor dos agentes da lei.

O amadurecimento de regulamentações sobre o ecossistema cripto deve fechar ainda mais o cerco contra as práticas ilícitas no setor. O marco das criptomoedas aprovado pelo Congresso brasileiro, por exemplo, define que será enquadrado no crime de fraude com a utilização de ativos virtuais aquele que gerir, ofertar ou intermediar operações envolvendo criptomoedas para induzir alguém ao erro e obter vantagem no prejuízo alheio.

O detalhamento legal de práticas criminosas no setor trará mais segurança jurídica e institucional para que novos players cheguem ao mercado. Conforme dados do Geography Report 2022 da Chainalysis, o Brasil já é o sétimo maior mercado cripto do mundo, e o maior da América Latina.

Com a combinação entre medidas de incentivo à inovação tecnológica, combate ao cibercrime e a fácil adoção de novas ferramentas pela população, o Brasil terá condições de se colocar na vanguarda da criptoeconomia.

*Brianna Kernan é líder de Vendas da Chainalysis para a América Latina. A Chainalysis é uma empresa de blockchain que fornece dados, software, serviços e pesquisas para mais de 700 agências governamentais, instituições financeiras e securitizadoras, além de empresas de segurança cibernética em mais de 70 países.

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