Future of Money

Com temor de vazamento nuclear, preço do bitcoin cai e volta a US$ 39 mil

Guerra na Ucrânia segue provocando impacto no mercado de criptomoedas e preço do bitcoin e de outros ativos despencam após ataque russo à usina nuclear

 (Chesnot/Getty Images)

(Chesnot/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 4 de março de 2022 às 18h54.

Última atualização em 4 de março de 2022 às 19h51.

O preço do bitcoin voltou a cair nesta sexta-feira, 4, após ter ameaçado uma recuperação neste início de março. Voltando ao patamar de preço dos últimos dias de fevereiro, a criptomoeda é negociada novamente abaixo dos US$ 40 mil e, segundo especialistas, a resposta para o movimento está no temor de investidores quanto ao risco de um desastre nuclear provocado pela Rússia.

A invasão da Rússia na Ucrânia tem provocado uma série de consequências no mercado cripto. Logo que o conflito foi iniciado, o preço dos ativos digitais, como de todos os mercados de risco globais (como ações), despencou.

A recuperação, entretanto, foi tão rápida quanto breve: três dias após o início da invasão russa, o bitcoin saltou de cerca de US$ 38 mil dólares para quase US$ 45 mil. O movimento de alta, por sua vez, foi interrompido na madrugada desta sexta (no horário de Brasília), quando recuou para US$ 42 mil, e ainda mais ao longo do dia, até os atuais US$ 39,2 mil.

Esta nova queda, segundo especialistas, foi motivada pelo temor de um desastre nuclear após os ataques da Rússia à usina nuclear Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia. As instalações chegaram a ser incendiadas após bombardeio, gerando temores sobre um vazamento potencialmente mais grave do que aquele que aconteceu em Chernobyl, também na Ucrânia, em 1986 — um dos maiores desastres nucleares da história.

Imediatamente após a circulação das primeiras informações sobre o ataque, o bitcoin despencou 5%, de US$ 42,7 mil para US$ 40,6 mil. Ao longo do dia, o movimento de baixa se intensificou, e mesmo as notícias dando conta de que não há, por enquanto, risco de vazamento nuclear, foram suficientes para reverter a situação.

O cenário foi o mesmo para a maioria dos principais criptoativos do mercado. Entre os 50 maiores ativos digitais do mundo por valor de mercado, todos operam em queda em relação ao preço de 24 horas atrás, com exceção das stablecoins que, por natureza, e como o próprio nome sugere, têm valor estável.

Ao mesmo tempo, informações sobre aumento da atividade na rede Bitcoin, motivada principalmente sobre a procura de cidadãos russos pela criptomoeda, como forma de se proteger contra a desvalorização do rublo russo, que despencou após o início da guerra e as sanções econômicas impostas por países ocidentais, também não entusiasmaram o mercado a ponto de empurrar o preço do bitcoin para cima.

Recentemente, o número de carteiras com saldo de bitcoin superior a zero também atingiu um valor recorde, passando de 40 milhões pela primeira vez na história. O aumento da adoção, pelo menos por enquanto, não tem conseguido se sobrepor às preocupações do mercado com relação aos desdobramentos políticos e econômicos em decorrência dos conflitos na Ucrânia.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedasPreço do bitcoinRússiaUcrânia

Mais de Future of Money

Como o bitcoin mudou o patamar da MicroStrategy no mercado

O que é Web3? Descubra a atual revolução da internet

Tokenização depende de regulação para adoção em massa, diz sócio do BTG

Mercado cripto cresce US$ 1 trilhão em mês de recordes de preço e eleição de Trump