Changpeng Zhao, CEO da Binance (Bloomberg/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 5 de abril de 2023 às 10h00.
Também chamado de “CZ”, o sino-canadense Changpeng Zhao se tornou uma personalidade conhecida no universo das criptomoedas por fundar, em 2017, a Binance, maior corretora de criptomoedas da atualidade. No entanto, a fortuna conquistada por Zhao pelo feito despencou 84% em apenas um ano, de acordo com informações da Forbes.
O empresário de 45 anos, que se mudou do leste da China para o Canadá ainda criança, agora está na posição 167º entre as pessoas mais ricas do mundo segundo a lista. “CZ” teria perdido cerca de US$ 54,5 bilhões e seu patrimônio teria saído de US$ 65 bilhões para US$ 10,5 bilhões.
É válido notar que, apesar de muitos executivos da lista terem amargado perdas bilionárias em 2022, Changpeng Zhao afirma alocar todo o seu patrimônio em criptomoedas. Isso pode ter colaborado para que ele se tornasse o executivo que mais perdeu parte de seu patrimônio no período, segundo a Forbes.
2022 foi um ano marcado por perdas no valor acionário de grandes empresas, principalmente de tecnologia. Segundo a Forbes, Elon Musk perdeu 18% de seu patrimônio e Jeff Bezos, 33%. No entanto, o setor cripto teve perdas ainda maiores, com a cotação do bitcoin chegando a despencar mais de 60%.
Para além das perdas representadas pela queda expressiva na cotação das principais criptomoedas em 2022 no que ficou conhecido como “Inverno Cripto”, a Binance ainda enfrenta problemas com autoridades dos Estados Unidos. Tudo isso fez com que a corretora de CZ perdesse espaço do mercado e sua fortuna despencasse, por mais que as criptomoedas tenham apresentado forte recuperação no início de 2023.
Dados reunidos pela Kaiko apontam que, entre os primeiros dias de abril e as duas últimas semanas de março, a participação de mercado da corretora caiu de um pico de 70% no período para os atuais 54%. O valor é o menor desde 5 de novembro e perdura pelo maior período desde agosto de 2022.
O relatório da Kaiko atribui a queda na participação de mercado a dois fatores. O primeiro foi a decisão da corretora de criptomoedas no fim de março de retomar a cobrança de taxas nas negociações dos seus clientes, revertendo uma política que durou pela maior parte de 2022 e ajudou a atrair e manter investidores, prejudicando concorrentes.
Já o segundo fator foi a denúncia anunciada pela Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities dos Estados Unidos (CFTC, na sigla em inglês) contra a própria Binance e o seu CEO, Changpeng Zhao. Os dois são acusados de terem permitido e facilitado a negociação de derivativos na plataforma por clientes norte-americanos.
"O programa de compliance da Binance foi ineficaz e, sob a direção de Zhao, a Binance instruiu seus funcionários e clientes a contornar os controles de conformidade para maximizar os lucros corporativos", acusou a CFTC.
Ainda segundo a CFTC, "a Binance não exigia que seus clientes fornecessem informações de verificação de identidade antes de negociar na plataforma, apesar do dever legal de entidades como a Binance coletarem tais informações, e não implementou procedimentos básicos de conformidade destinados a prevenir e detectar o financiamento do terrorismo e a lavagem de dinheiro".
Logo depois do anúncio sobre o processo, a corretora de criptomoedas registrou uma retirada de mais de R$ 4 bilhões de fundos de clientes, que passaram a temer os efeitos das possíveis punições contra a empresa. Já na segunda-feira, 3, houve uma retirada de mais de R$ 1 bilhão após um boato falso sobre uma possível prisão de Zhao.
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