Celsius declarou falência em 2022 (Celsius Network/Exame)
Repórter do Future of Money
Publicado em 24 de novembro de 2023 às 09h30.
A Celsius, uma empresa que chegou a liderar a área de empréstimos com criptoativos, anunciou na última segunda-feira, 20, uma mudança no seu processo de recuperação judicial. Agora, a companhia falida vai concentrar suas novas operações exclusivamente na área de mineração de bitcoin.
A mudança ocorreu devido à análise pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC, do plano inicial submetido pelos responsáveis pela reorganização da Celsius. A princípio, a ideia era que a empresa se dedicasse também à área de staking de criptoativos, uma espécie de renda passiva mediante depósito de ativos.
O regulador chegou a barrar o andamento do plano e pedir mais informações sobre a iniciativa de staking. Em 2023, a SEC chegou a pressionar a corretora Kraken a abandonar o seu serviço de staking de ativos, indicando uma postura contrária à prática no mercado cripto.
Agora, a Fahrenheit Holdings - que adquiriu a massa falida da Celsius em maio de 2023 - mudou o plano e decidiu focar todas as novas atividades na mineração de bitcoin. Com isso, deverá ser criada uma nova empresa, ainda a ser nomeada, que começará a atuar no segmento.
A expectativa é que os pagamentos para credores poderão ser iniciados em janeiro de 2024, caso as operações sejam aprovadas. A estimativa atual é que a empresa ainda precise cobrir um déficit de US$ 1,2 bilhão para conseguir saldar todas as suas dívidas com credores.
A Celsius entrou com um pedido de recuperação judicial no dia 14 de julho de 2022. A empresa pediu recuperação judicial na base do chamado “Capítulo 11” da lei norte-americana sobre falências, que prevê a possibilidade de reestruturação de empresas que não conseguem honrar seus compromissos financeiros.
Em um comunicado, a a Celsius informou que seu pedido seria uma “oportunidade de estabilizar seus negócios” e passar por uma reestruturação “que maximiza o valor para todas as partes interessadas”.
Para atrair investidores, a Celsius alegava que os riscos da operação eram baixos e os retornos para os depositantes muito mais elevados do que em bancos tradicionais. Entretanto, a demanda por empréstimos de criptoativos por parte de investidores institucionais diminuiu progressivamente no início de 2022, resultando nos problemas financeiros.