Fundos de investimento são opções para ter exposição a criptomoedas (Reprodução/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 21 de novembro de 2023 às 14h10.
Investidores de criptomoedas aportaram R$ 880 milhões em fundos com exposição a criptoativos na última semana, marcando a oitava semana consecutiva de fluxos positivos. Segundo os dados da CoinShares, os brasileiros, que até então haviam realizado saques em seis das últimas sete semanas, aportaram R$ 5,5 milhões entre os dias 13 e 19 de novembro.
Os fundos ligados à valorização do bitcoin tiveram o maior fluxo de entrada, com crescimento de R$ 773,5 milhões em ativos sob gestão (AUM, na sigla em inglês). Já os fundos apostando na queda da criptomoeda encolheram R$ 42,5 milhões em AUM na última semana, com uma perda de R$ 66 milhões considerando todo o mês de novembro.
A criptomoeda alternativa ao bitcoin mais buscada por investidores através de fundos cripto na última semana foi a Solana. Os fundos expostos ao preço do ativo cresceram R$ 68 milhões em AUM. Além disso, os fundos multiativos, expostos a uma cesta de ativos digitais, também receberam atenção significativa. O fluxo de aportes entre os dias 13 e 19 de novembro foi de R$ 39,5 milhões.
Dentre as criptomoedas que não estão listadas pela CoinShares, as que mais receberam atenção foram Avalanche, Uniswap e Polygon, com respectivos crescimentos em AUM de R$ 9 milhões, R$ 2,75 milhões e R$ 4,3 milhões nos últimos dias.
Já o interesse em Ethereum segue constante entre os investidores, que aportaram R$ 16,5 milhões em fundos ligados ao preço do ativo na última semana. Em novembro, os fundos de ether cresceram R$ 330,5 milhões em AUM, mas ainda exibem fluxo negativo de R$ 275 milhões no acumulado anual.
Os brasileiros não parecem muito inclinados a investir em criptomoedas através de fundos, com aportes feitos em apenas duas das oito semanas de fluxo positivo de capital para fundos cripto. Mesmo assim, na última semana, fundos cripto no Brasil receberam R$ 5,5 milhões em investimentos.
O gestor da QR Asset Theodoro Fleury contou ao Cointelegraph Brasil que o movimento pode estar ligado à alta taxa de juros no Brasil. Investimentos relativamente seguros, com rentabilidade de quase 1%, podem estar por trás da aversão dos brasileiros ao risco atualmente.
Fleury acrescentou, no entanto, que os dados da CoinShares podem estar incompletos. O Cointelegraph Brasil apurou a informação com James Butterfill, analista da CoinShares responsável pelos relatórios semanais da gestora, e confirmou que apenas os ETFs da Hashdex são considerados, por serem os únicos presentes no terminal da Bloomberg.
“A Hashdex tinha o mesmo problema, então eu também não conseguia relatar os fluxos [dos fundos] deles também. Eles passaram um tempo trabalhando com a Bloomberg para relatar corretamente os dados”, explicou Butterfill ao Cointelegraph Brasil.
É possível, portanto, que os R$ 245 milhões retirados por brasileiros de fundos cripto no acumulado anual sejam alterados, caso a base de dados da CoinShares seja expandida.
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