ETFs de criptomoedas são a opção preferida de investidores profissionais (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 2 de agosto de 2023 às 16h29.
Analistas da empresa Bloomberg Intelligence publicaram nesta semana uma atualização nas suas projeções sobre a possível aprovação de um fundo negociado em bolsa (ETF, na sigla em inglês) nos Estados Unidos que acompanharia o preço à vista do bitcoin. Agora, os especialistas veem uma chance maior de liberação pelas autoridades.
O relatório se referiu a uma série de pedidos submetidos por algumas das principais gestoras de patrimônio do mundo. Entre elas está a BlackRock, a maior do mundo. As solicitações foram feitas junto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC, que vai avaliar cada caso.
Até o momento, os EUA não possuem nenhum ETF de preço à vista do bitcoin. A SEC permitiu apenas o lançamento de fundos que acompanham contratos futuros do ativo. Além disso, o regulador mostrou resistência no passado sobre o tema, rejeitando diferentes pedidos de empresas.
Inicialmente, os analistas da Bloomberg apontavam um cenário incerto, com 50% de chance de aprovação de um pedido. Já nesta semana, eles passaram a ver um ambiente mais positivo, aumentando a chance para 65%. Os analistas atribuem a mudança a uma "enxurrada de novidades".
Entre elas está uma afirmação recente do presidente da SEC, Gary Gensler. Questionado sobre os pedidos de ETFs de bitcoin, ele disse que o regulador conta com outros quatro comissários, dando a entender que seu papel nesse tema não é tão poderoso quanto o imaginado.
"A fala parece uma mudança na maneira como ele normalmente lida com esses tópicos. Acreditamos que isso pode ser um sinal de que aspectos da postura anti-cripto estão se tornando politicamente insustentáveis para Gensler", opinaram os analistas da Bloomberg.
Outro ponto importante foi uma revelação feita pelo CEO da corretora de criptomoedas Coinbase, Brian Armstrong. Em entrevista, o executivo disse que, antes de processar a exchange, a SEC pediu que a empresa deixasse de negociar todas as criptomoedas oferecidas, com exceção do bitcoin.
"Isso solidifica nossa visão de que, se a SEC for se curvar em relação aos ETFs cripto, isso vai ocorrer com os ETFs de bitcoin", ressaltaram os analistas. A Coinbase também foi apontada como a instituição que fornecerá os dados necessários para garantir que o ETF acompanhe o preço à vista do ativo.
Já como ponto de atenção para os próximos meses, os analistas citaram o atual processo aberto pela empresa Grayscale contra a SEC. A companhia fez um pedido para o regulador tentando converter seu fundo de bitcoin em um ETF, mas teve a solicitação negada pelo regulador. Agora, ela luta na Justiça por uma reversão.
Caso a empresa saia vitoriosa, o que não é uma garantia, a SEC pode perder o seu principal argumento usando para negar solicitações de ETFs da criptomoeda, favorecendo os atuais pedidos. Mas uma vitória do regulador facilitaria futuras rejeições.
"Uma ressalva à nossa linha de pensamento é o desdém frequentemente declarado de Gensler pela composição atual dos mercados de negociação de criptomoedas", pontuam ainda os analistas da Bloomberg. Recentemente, o presidente da SEC se referiu ao mercado como um "Velho Oeste".
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