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Redação Exame
Publicado em 4 de março de 2025 às 10h00.
O mercado de capitais tradicional, apesar de sua importância, ainda enfrenta barreiras estruturais que dificultam o acesso a financiamentos, especialmente para setores como o imobiliário, o agronegócio e pequenas e médias empresas. O alto custo, a complexidade dos processos e a falta de acessibilidade para pequenos investidores tornam o sistema inviável devido aos custos.
Atualmente, a captação de recursos exige a atuação de múltiplos intermediários, como securitizadoras, agentes fiduciários, custodiante, banco liquidante e escriturador, que garantem a segurança do processo, mas também aumentam os custos e a lentidão das operações.
Esse modelo tradicional, baseado na confiança de diversas entidades, inviabiliza investimentos menores, deixando muitos negócios sem acesso ao mercado de capitais.
A tecnologia blockchain surge como um divisor de águas, trazendo mais eficiência e democratização para esse cenário. Com seu modelo descentralizado e imutável, o blockchain permite a automação do processo de captação e negociação de ativos financeiros por meio de contratos inteligentes (smart contracts), reduzindo drasticamente a necessidade de intermediários e os custos associados.
Dessa forma, o mercado se torna mais acessível e dinâmico, permitindo que empresas e investidores operem com maior agilidade e segurança.
O uso dos smart contracts, programas de computador que são imutáveis e executam regras predefinidas sem necessidade de intervenção humana, representa uma verdadeira evolução para o setor. Esses contratos garantem que os recursos sejam altamente automatizados, pois registram todas as informações de forma transparente e executam transações de maneira programada.
Isso elimina erros manuais, reduz fraudes e aumenta a eficiência operacional, tornando os processos mais ágeis e confiáveis.
Além disso, o blockchain viabiliza a tokenização de ativos, permitindo o fracionamento de investimentos que, tradicionalmente, só estariam disponíveis para grandes players. Isso significa que um imóvel, uma debênture ou uma participação societária pode ser representada digitalmente e negociada em frações menores, ampliando o acesso de investidores e trazendo maior liquidez ao mercado.
Outro grande avanço proporcionado pelo blockchain é a orquestração do mercado subsequente, onde a transferência de ativos pode ocorrer de forma automatizada e segura. Os smart contracts garantem que cada etapa da negociação — desde a verificação da titularidade até a liquidação do pagamento — seja executada sem a necessidade de intermediários tradicionais, aumentando a eficiência e melhorando a rastreabilidade das operações.
Diferente do modelo tradicional, em que as transações seguem os horários comerciais das instituições financeiras, o blockchain permite negociações 24 horas por dia, 7 dias por semana, possibilitando que investidores comprem e vendam ativos tokenizados sem depender de bolsas de valores ou sistemas bancários.
Por fim, a rastreabilidade com privacidade garante que todas as transações sejam verificáveis e auditáveis, sem expor informações sensíveis. Através de mecanismos criptográficos avançados, apenas partes autorizadas têm acesso a detalhes específicos das operações, enquanto a rede garante transparência e conformidade regulatória.
O blockchain não é apenas uma inovação tecnológica; ela representa uma transformação profunda na forma como os mercados financeiros operam. Ao eliminar barreiras, reduzir custos e aumentar a eficiência, essa tecnologia pavimenta o caminho para um mercado de capitais mais acessível, dinâmico e preparado para o futuro.
*Rodrigo Caggiano é fundador e sócio da Mobiup.
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