Bitcoin ultrapassa US$ 21 mil e acumula ganhos de 26% em 2023, mas alta vai continuar?
Maior criptomoeda do mundo tem início de ano otimista, mas causa dúvidas entre investidores quanto à duração de movimento de alta; especialistas apontam que bitcoin pode atingir US$ 100 mil
Mariana Maria Silva
Publicado em 16 de janeiro de 2023 às 15h43.
Última atualização em 16 de janeiro de 2023 às 15h44.
Nesta segunda-feira, 16, o otimismo retorna para o mercado de criptomoedas, que movimenta mais de US$ 70 bilhões e possui capitalização de US$ 1 trilhão pela primeira vez nos últimos dois meses, segundo dados do CoinGecko.
O bitcoin, maior criptomoeda do mundo, retorna para US$ 21 mil após ter apresentado queda significativa com a falência da corretora cripto FTX em novembro. Cotado a US$ 21.110 no momento, o bitcoin sobe 1% nas últimas 24 horas. Ao longo da primeira quinzena de 2023, a criptomoeda acumula alta de mais de 26%.
A última semana foi a de melhor desempenho para a principal criptomoeda, que não apresentava uma performance do gênero desde março do último ano.
Já o ether, criptomoeda nativa da rede Ethereum, é cotado a US$ 1.560, com alta de 0,7% nas últimas 24 horas e mais de 29% em 2023.
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O movimento de alta das principais criptomoedas foi impulsionado pelo anúncio de dados da inflação norte-americana na última semana. Otimistas, os dados do Índice de Preços ao Consumidor dos EUA (CPI) podem sinalizar uma política monetária menos agressiva do banco central contra a inflação, que chegou a bater recordes dos últimos 40 anos no país em 2022.
“As recentes altas em grande parte foram motivadas por uma percepção do mercado de que a inflação nos EUA está começando a ficar sob controle. Uma evidência disso foi a divulgação do CPI - um dos principais indicadores para medir inflação nos EUA - que se mostrou veio em linha com o esperado”, comentou Lucas Minchillo, analista da Titanium Asset Management.
As medidas tomadas pelo Federal Reserve em 2022 para controlar a inflação tiveram impacto negativo direto em ativos de risco, como as ações e as criptomoedas. Por isso, espera-se que uma postura menos agressiva pode favorecer a cotação de tais ativos.
“Com a inflação mais controlada, o mercado se animou com a possível estabilização das taxas de juros nos primeiros meses do ano, que até então vinham sendo elevadas agressivamente pelo Fed”, acrescentou Minchillo.
O bitcoin vai continuar subindo?
Segundo analistas da corretora cripto Bybit, o bitcoin ainda tem potencial para subir até US$ 100 mil no longo prazo. A última máxima histórica da criptomoeda foi em novembro de 2021, quando o bitcoin atingiu cerca de US$ 69 mil.
“Este rali deu uma prévia do que pode ser o próximo bull run no qual certamente o bitcoin terá forças para superar US$ 100 mil”, apontaram os analistas da Bybit em uma análise semanal.
Falando em curto prazo, no entanto, o bitcoin ainda depende de uma série de notícias otimistas para continuar subindo, principalmente no que diz respeito à economia global.
“Porém, ainda é muito cedo para dizer que a recente alta marca o início de um novo bull run. Ainda vivemos os efeitos de um mercado de baixa que depende da continuidade da divulgação de dados otimistas na economia global. O rali de curto prazo pode se estender até novas resistências em US$ 25 mil e US$ 27/28 mil, onde deve encontrar uma forte barreira de venda”, acrescentaram os analistas da Bybit.
Pensando em longo prazo, o próximo halving, evento em que a oferta do bitcoin é cortada pela metade a cada quatro anos, pode impulsionar o preço da criptomoeda, que se tornará mais escassa.
Segundo Lucas Minchillo, da Titanium Asset Management, o bitcoin “precisará de ventos favoráveis do cenário macro e dos drivers do setor para continuar uma tendência de alta, neste ano que precede o halving, que acontecerá em 2024, quando o bitcoin se tornará ainda mais escasso”.
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