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Bitcoin retomou "alta infinita"? Saiba o que esperar do mercado

O bitcoin volta a se valorizar e gera otimismo entre os investidores. Entenda o que podemos esperar do mercado e como se preparar

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FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 19 de outubro de 2024 às 10h00.

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O entusiasmo está de volta ao mercado cripto. Será que vai durar? A boa valorização do bitcoin desde o último 11 de outubro elevou o moral dos investidores, sentimento refletido na mudança abrupta do indicador de Medo e Ganância (Fear and Greed Index).

Como vocês podem observar abaixo, na última semana (Last week), o indicador registrava 33, se mantendo em patamar de medo, e saltou para 73 (Now) no momento em que escrevo, com o bitcoin atualmente na casa dos 68 mil.

Essa onda de otimismo foi evidenciada por um novo marco associado aos fundos de bitcoin negociados em bolsa. Os ETFs à vista de bitcoin superaram pela primeira vez US$ 20 bilhões em fluxos líquidos totais na quinta-feira (17).

Na data, o analista sênior da Bloomberg Eric Balchunas comentou em post no X (ex-Twitter) que US$ 20 bilhões em fluxos líquidos totais são a “métrica mais difícil” de crescer no universo dos ETFs.

Ele comparou esse crescimento com a trajetória dos ETFs de ouro, que levaram cinco anos para alcançar a mesma marca. Lembrando que os ETFs à vista de bitcoin foram liberados em janeiro deste ano.

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E ainda existe espaço para crescer. Um indicador que ilustra isso é o MVRV-Z Score. Em termos gerais, ele ajuda a identificar se o bitcoin está sobrevalorizado ou subvalorizado.

A linha verde no gráfico do CoinGlass abaixo corresponde à pontuação do indicador e a amarela, ao preço do bitcoin.

Vejam que, no último dia 14 de outubro (dados destacados no retângulo à direita), o indicador marcava 1,88 - uma pontuação historicamente baixa se considerarmos o preço da moeda, que estava próximo aos US$ 67 mil. O indicador nunca pontuou tão baixo em referência a um preço tão significativo da moeda.

Agora, vamos fazer uma comparação com o desempenho visto em 19 de fevereiro de 2021 (destacado no retângulo à esquerda), durante o ciclo de alta anterior. Percebem no gráfico a seguir como a linha verde apresentou picos em patamares ainda muito distantes de onde nos encontramos atualmente? Na data, o MVRV-Z Score pontuava 6,91, indicando sobrevalorização. O preço do bitcoin era de US$ 55.861.

Essa análise sugere que o bitcoin tem um potencial de valorização muito interessante pela frente. E o que eu estou fazendo agora para me preparar para a alta?

Acima de tudo, sigo com minhas compras regulares e aconselho fortemente que você desenvolva também o hábito de fazer o Dollar-Cost Average (DCA).

O que é o DCA?

É uma estratégia em que o investidor aporta uma quantia fixa de dinheiro em criptomoedas regularmente - semanalmente ou mensalmente, por exemplo. Nesse caso, o aporte independe do preço do ativo naquele momento. Isso evita que você fique tentando cronometrar o mercado.

Por que é importante?

  • Reduz o impacto da volatilidade do mercado
  • Tira o componente emocional do investimento
  • Não exige tentativas de "adivinhar" o melhor momento para investir
  • Cria disciplina financeira através do investimento regular

Distribuir as compras ao longo do tempo ajuda a minimizar riscos. Você acaba comprando tanto em momentos de alta quanto de baixa, chegando a um preço médio mais equilibrado no longo prazo.

Rebalanceamento de carteira

Continuo também recalibrando o meu portfólio.

O rebalanceamento de carteira é o processo de ajustar a composição de ativos em uma carteira para manter uma alocação equilibrada entre diferentes tipos de investimentos, como ações, ativos digitais e títulos. Quando falamos exclusivamente no contexto cripto, a ideia é rebalancear entre diferentes criptomoedas.

Como isso acontece na criptoesfera?

Suponhamos que você tenha optado por uma alocação de 50% em bitcoin, 30% em ether e 20% em altcoins.

Sabemos que as criptos podem sofrer bastante com a volatilidade, com preços subindo ou caindo drasticamente em curtos períodos. Essa volatilidade pode fazer com que a alocação desejada se desvie rapidamente.

Se o bitcoin valorizar bem, a proporção dessa moeda na carteira pode aumentar dos originais 50% para 70%, por exemplo, reduzindo a participação das outras criptomoedas.

Para voltar à alocação pretendida, você vai precisar fazer ajustes. Isso pode envolver vender uma parte do bitcoin que valorizou e reinvestir o dinheiro em ether ou outras altcoins que estejam subvalorizadas.

Por que é importante?

Para fazer gerenciamento de risco: porque você evita que a carteira fique muito concentrada em ativos que podem apresentar alto risco, principalmente em um mercado onde as correções podem ser rápidas e severas.

Para aproveitar oportunidades: os investidores podem capturar lucros de ativos que valorizaram e aproveitar para aportar em ativos que possam estar descontados.

Alinhamento com a estratégia de investimento: à medida que o mercado evolui, surgem novas oportunidades e riscos. O rebalanceamento permite ajustar as carteiras para refletir mudanças nas estratégias ou nas condições do mercado.

Para fechar o nosso papo, recomendo que vocês fiquem atentos aos catalisadores que podem levar o bitcoin a uma nova máxima em breve, como o aumento da liquidez global - com novos estímulos econômicos na China, e também cortes nas taxas de juros nos EUA e na Europa - e as eleições presidenciais nos Estados Unidos, no próximo dia 5.

Eu estarei acompanhando de perto. E você?

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