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Bitcoin vai enfrentar "crise de liquidez" em 6 meses, projeta analista

Fundador de empresa de análise CryptoQuant acredita que alta demanda pela criptomoeda pode impulsionar preço e gerar escassez

Bitcoin disparou mais de 70% nos primeiros meses de 2024 (Reprodução/Reprodução)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 12 de março de 2024 às 15h09.

O analista Ki Young Ju, CEO e fundador da empresa de inteligência de mercado CryptoQuant, chamou a atenção do mercado nesta terça-feira, 12, ao compartilhar uma projeção ousada: na visão dele, o bitcoin deverá enfrentar, em seis meses, uma "crise de liquidez".

O executivo falou sobre o tema em uma publicação no X, antigo Twitter. Nela, Ju compartilhou um gráfico que aponta que o total de unidades da criptomoeda em posse de investidores sem intenção de vender o ativo atingiu o maior valor da história. Entretanto, a demanda também tem crescido.

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"Na semana passada, os ETFs de bitcoin à vista tiveram um saldo positivo de mais 30 mil bitcoins. Entidades como corretoras e mineradoras possuem um total de 3 milhões de bitcoin, incluindo 1,5 milhão de unidades que estão com empresas que operam nos Estados Unidos", destacou.

Nesse sentido, o analista considera que a criptomoeda não deverá encerrar seu ciclo atual de alta enquanto os fluxos de investimento nos ETFs não pararem. Por isso, caso o ritmo atual de aportes nos fundos continue, ele espera que o ativo enfrente uma crise de liquidez na ponta vendedora em seis meses.

"Quando ocorrer uma crise de liquidez do lado dos vendedores, o próximo topo cíclico do bitcoin poderá exceder as nossas expectativas devido à liquidez limitada do lado dos vendedores e à reduzida carteira de vendedores", pontuou Ju, indicando um potencial ainda maior de valorização da criptomoeda.

Atualmente, o bitcoin opera no maior patamar de preço desde 2021, superando recordes de preço e firmando uma nova máxima na casa dos US$ 72,9 mil.

João Galhardo, analista da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual, explica que "em um cenário onde as reservas disponíveis aos ETFs de bitcoin à vista começam a esgotar, ocorreria algo que chamamos no mercado tradicional de 'supply crunch'".

"Um 'supply crunch' é um fenômeno representado por um forte desequilíbrio entre oferta e demanda, onde a escassez do ativo em conjunto com fortes pressões compradoras pode ocasionar em movimentos de alta extremos", comenta.

Ao mesmo tempo, ele indica que a projeção de Ju de que esse fenômeno ocorrerá em seis meses pode não se concretizar, já que depende da manutenção do alto nível de investimento nos ETFs da criptomoeda.

"Ainda que seja pouco provável que os investimentos continuem nos níveis atuais por seis meses, dado que investidores institucionais possuem metas específicas de tamanho para suas posições, espera-se que, enquanto eles estiverem nesses níveis, o desempenho do bitcoin permaneça positivo em razão da expressiva pressão compradora", pontua Galhardo.

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