BlackRock planeja lançar ETF de bitcoin nos Estados Unidos (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 16 de junho de 2023 às 11h56.
Última atualização em 16 de junho de 2023 às 15h49.
O bitcoin e outras criptomoedas devem encerrar esta semana acumulando perdas, mas ganharam fôlego nesta sexta-feira, 16, e operam em alta. O principal motivador do desempenho é a notícia de que a gestora trilionária BlackRock entrou com um pedido nos Estados Unidos para lançar um fundo negociado em bolsa (ETF) de bitcoin.
De acordo com dados da plataforma CoinGecko, o preço do bitcoin opera em alta de 4,8% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 26.365, mas acumula perda de 0,5% nos últimos sete dias. Considerando as últimas 24 horas, o mercado cripto como um todo acumula ganhos de 4,3%, com Stacks e Lido entre os destaques de alta.
O desempenho negativo das criptomoedas nesta semana está associado a uma combinação dos processos abertos pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, contra a Binance e a Coinbase e a mais recente reunião de juros do Federal Reserve.
Apesar do banco central norte-americano ter pausado seu ciclo de alta de juros, o tom adotado pelas autoridades foi considerado mais duro que o esperado, mantendo possíveis elevações futuras no radar. A surpresa aumentou a aversão a riscos dos investidores e prejudicou ativos mais voláteis, caso das criptomoedas.
Thiago Rigo, analista da Titanium Asset, avalia que os investidores continuam cautelosos após as sinalizações do Fed, já que "a possibilidade de novos cortes de juros esse ano é agora extremamente baixa. Isso é ruim para os mercados de ativos de risco em geral, e o bitcoin não é exceção".
"Apesar disso, o mercado fica entusiasmado com a possibilidade do lançamento de um ETF de bitcoin por parte da BlackRock, maior gestora de ativos do mundo. A SEC ainda não permitiu nenhum lançamento de ETF de bitcoin, mas o interesse da BlackRock mostra que até mesmo gigantes já estão procurando oferecer produtos nesse mercado", comenta o analista.
Ele destaca que "caso permitido, o lançamento do ETF poderia aumentar consideravelmente o número de negociações e de investidores expostos ao mercado cripto, já que, segundo pesquisa feita pela Grayscale, mais de 55% dos investidores americanos têm interesse no mercado, mas faltam alternativas seguras e fáceis de investimento".
A BlackRock, que possui mais de US$ 10 trilhões sob gestão, entrou com pedido junto à SEC para receber a autorização de lançamento de um ETF que seguiria o preço à vista do bitcoin. Caso aprovado, ele seria o primeiro do tipo no país, que no momento permite apenas ETFs ligados aos contratos futuros da criptomoeda.
A empresa pretende usar a custódia da Coinbase para o ETF e os dados de mercado à vista da corretora para os preços. Atualmente, a Coinbase enfrenta um processo aberto pela SEC, acusada de ter permitido ilegalmente a negociação de valores mobiliários.
A BlackRock e a Coinbase já atuam como parceiras para oferecer o investimento em bitcoin aos clientes da BlackRock desde agosto de 2022. Os fundos negociados em bolsa oferecem uma alternativa regulada e com menos risco para a exposição em criptomoedas. No Brasil, eles estão entre os mais rentáveis do mercado.