Bitcoin valorizou mais de 80% em 2023 (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 3 de julho de 2023 às 17h46.
O bitcoin voltou a registrar um movimento de alta nesta segunda-feira, 3, e opera atualmente no maior valor observado em 2023. Dados da plataforma CoinGecko mostram que a criptomoeda tem uma valorização acumulada de 2,3% nas últimas 24 horas e chegou à cotação de US$ 31.384, uma máxima no ano. Considerando todos os ganhos de 2023, o ativo já subiu 87,84%.
A alta nesta segunda-feira ocorreu após diversas gestoras tradicionais do mercado submeterem novamente os seus pedidos para lançaram fundos negociados em bolsas (ETFs, na sigla em inglês) nos Estados Unidos. Os novos pedidos seguiram as alterações exigidas pela Comissão de Valores Mobiliários do país, a SEC. Apesar de ter reenviado o pedido na última sexta-feira, 30, o movimento da BlackRock só foi confirmado neste dia 3, animando os investidores.
Segundo Thiago Rigo, analista da Titanium Asset Management, a confiança de investidores na aprovação dos pedidos de ETF pela SEC continua forte, mesmo que a autarquia tenha apontado “inadequações” nos documentos apresentados, o que gerou um susto e a queda na cotação no fim da última semana.
Para esta semana, a liquidez no mercado deve permanecer baixa por conta do feriado de 4 de julho, data muito comemorada nos Estados Unidos, disse Rigo. Além do feriado, investidores também estarão de olho na divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve. O documento deve sinalizar os próximos passos do banco central norte-americano sobre a taxa de juros no país, que pode voltar a subir ainda em 2023 para conter a inflação e bater a meta de 2%.
Outros dados importantes que serão divulgados esta semana envolvem o Payroll, relatório que trata do mercado de trabalho nos EUA no último mês. “A resiliência do nível de emprego no país preocupa o Fed, uma vez que a taxa de desemprego tem se mantido praticamente inalterada a níveis muito baixos há quase um ano”, comentou o analista.
A maior parte da alta do bitcoin neste ano está ligada à mudança de perspectivas sobre o ciclo de elevação de juros dos Estados Unidos. No começo do ano, o mercado passou a projetar um ciclo mais suave, com os juros subindo menos. Essa projeção acabou se confirmando, o que beneficiou diferentes classes de ativos, incluindo as criptomoedas.
O bitcoin também foi beneficiado pela falência de bancos regionais nos Estados Unidos, que não apenas reforçaram as previsões de um ciclo de juros mais leve no país como deram peso à tese de que a criptomoeda seria uma reserva de valor e alternativa segura para o mercado tradicional.
Já nas últimas semanas, o ativo conseguiu superar um período de lateralização e ultrapassou a casa dos US$ 30 mil. O movimento ocorreu devido ao otimismo dos investidores após diversos agentes importantes do mercado - como a BlackRock - anunciarem projetos envolvendo o bitcoin.
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