Bank of America: moedas digitais de bancos centrais são o futuro do dinheiro
Brasil é um dos países que está trabalhando na criação de uma CBDC própria, batizada de Real Digital
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2023 às 12h12.
O Bank of America, uma das principais instituições financeiras do mundo, divulgou um relatório nesta terça-feira, 17, em que afirma que as moedas digitais de bancos centrais ( CBDCs, na sigla em inglês) representam a "evolução natural" para o dinheiro e os meios de pagamento ao redor do mundo.
Para os analistas do bancos, as CBDCs "não mudam a definição de dinheiro, mas provavelmente mudarão como e quando os valores serão transferidos nos próximos 15 anos".
A visão do Bank of America é que essas moedas digitais possuem o potencial de "revolucionar os sistemas financeiros globais e podem ser o avanço tecnológico mais significativo na história do dinheiro".
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As CBDCs são desenvolvida a partir da tecnologia blockchain, e são consideradas uma forma de aumentar a eficiência e reduzir custos nas transferências de valor e realização de pagamentos. O banco também as associa com stablecoins, moedas digitais pareadas a um outro ativo. No caso delas, às moedas fiduciárias de cada banco central emissor.
Para o Bank of America, as vantagens e riscos dos CBDCs ainda dependem da forma como eles serão desenvolvidos e também do seu processo de emissão. A expectativa é que os países desenvolvidos usem essa tecnologia para aumentar a eficiência nos pagamentos, e os emergentes, sua inclusão financeira.
Ainda no relatório, os analistas observaram que essas moedas digitais possuem alguns riscos, como uma potencial competição com depósitos bancários e uma perda na soberania monetária dos países, podendo até aumentar a desigualdade a nível mundial.
Além disso, a previsão do Bank of America é que a emissão de CBDCs só comece na maioria dos países daqui a uma década, apesar dos esforços dos bancos centrais de adotar "avanços tecnológicos ou irrelevância de risco a longo prazo".
Com esse cenário em vista, a expectativa do banco é que os bancos centrais e os governos de diversos países acabam liderando um processo de inovação de ativos digitais a partir de um impulsionamento do setor privado, onde soluções ligadas ao blockchain já estão funcionando e em desenvolvimento.
O Brasil é um dos países que está trabalhando na criação de uma CBDC, batizada de Real Digital. Atualmente em uma fase de estudos de caso, a previsão do Banco Central é que ela passe para um período de testes em 2023 e seja emitida oficialmente no ano seguinte, quando começará a ser usada pela população.
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