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"Abrir o capital nos trouxe todas as atenções", diz CEO da Coinbase após polêmicas

CEO da única corretora de criptomoedas de capital aberto revela vantagens e desvantagens que isso gerou para a empresa, envolvida em uma série de polêmicas em 2022

Coinbase é listada na Nasdaq sob o ticker COIN (Michael Nagle/Getty Images)
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Mariana Maria Silva

Publicado em 26 de setembro de 2022 às 12h06.

Última atualização em 26 de setembro de 2022 às 12h15.

Além da queda generalizada no mercado de criptomoedas em 2022, outros fatores colaboram para uma situação complicada nas empresas do setor. Uma das protagonistas deste movimento é a Coinbase, que precisou realizar demissões em massa e enfrenta processos e investigações nos Estados Unidos.

Além disso, a única corretora de criptomoedas listada em bolsa do mundo viu suas ações despencarem mais de 80% desde a oferta inicial (IPO) em 2021, de acordo com dados do Yahoo Finance. No entanto, o CEO da Coinbase afirma que a empresa “recebe mais atenção” por ter capital aberto e que ainda enxerga vantagens na decisão.

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-(Mynt/Divulgação)

Durante uma palestra na conferência “Mainnet” da Messari em Nova York, Brian Armstrong revelou que consultou diversos CEOs antes de optar pela abertura de capital da Coinbase. Segundo ele, a decisão trouxe para a empresa a capacidade de captar fundos rapidamente e promover taxas mais atraentes aos seus clientes. Armstrong ainda revelou que a Coinbase captou US$ 3 milhões sem que ele precisasse fazer uma única reunião.

A corretora de criptomoedas se destaca por oscilar entre a 2ª e 3ª posição entre as maiores empresas do segmento em valor de mercado e por conta de suas parcerias de peso. Nomes como BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, e Meta, o antigo Facebook, foram citados pelo CEO.

“Abrir o capital nos colocou no palco principal, onde podemos fechar negócios com a BlackRock e empresas como a Meta. Agora somos a primeira empresa da Fortune 500 a trabalhar com criptoativos e, portanto, podemos negociar com outras empresas da Fortune 500, e elas nos tratam mais como uma força mais legítima por aí", disse Brian Armstrong a Ryan Selkis, durante o painel na “Mainnet”.

No entanto, nem tudo são flores para as empresas de criptomoedas, principalmente para a Coinbase. Depois de ver suas ações desvalorizarem mais de 80% desde a oferta inicial, a Coinbase enfrenta investigações pelo uso de informações privilegiadas por parte de seus funcionários, e um processo da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) pela oferta irregular de ativos.

Para Armstrong, a constante inspeção de empresas de capital aberto e a cobertura da mídia seriam as grandes desvantagens de ser a única corretora de criptomoedas listada em bolsa. Isso significa que seus concorrentes, como Binance e FTX, não precisariam enfrentar os mesmos problemas, dada a sua natureza de capital fechado.

"Acho que parte do escrutínio não é tão útil, para ser honesto", disse Brian Armstrong. “São apenas pessoas empurrando sua própria narrativa ou tentando fazer artigos anti-tech, [que] deveriam ser rotulados como artigos de opinião, mas não são”.

No entanto, o executivo afirmou que é uma responsabilidade da Coinbase manter seu tamanho e reputação diante das circunstâncias em que se encontra. “Não apenas tentar construir a Coinbase, mas como realmente vamos lá e somos campeões de toda a indústria e defendemos toda a indústria”, concluiu.

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