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Balanços

Magazine Luiza foca em rentabilidade e lucro sobe 37% no 4º tri

Período foi o quinto trimestre seguido da empresa fechado no azul; resultado, porém, ficou abaixo das estimativas de mercado

Magazine Luiza: geração de caixa operacional se destacou, atingindo R$ 2,1 bilhões, um crescimento de 36%  (Germano Lüders/Exame)
Magazine Luiza: geração de caixa operacional se destacou, atingindo R$ 2,1 bilhões, um crescimento de 36% (Germano Lüders/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 13 de março de 2025 às 20:03.

Última atualização em 13 de março de 2025 às 20:04.

O Magazine Luiza terminou 2024 com lucro. No quarto trimestre, a varejista registrou um lucro líquido recorrente de R$ 139 milhões, um crescimento de 37% em relação ao mesmo período de 2023, abaixo, porém, das estimativas compiladas pela Bloomberg, que previam R$ 145 milhões.

O maior reforço para a última linha do balanço veio do foco da companhia na rentabilidade, totalizando o quinto trimestre consecutivo no azul.

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A empresa atingiu um Ebitda ajustado de R$ 846,2 milhões no trimestre com margem de 7,8%, um aumento de 0,6 ponto percentual em relação ao ano passado. Em 2024, o Ebitda ajustado totalizou R$ 3,0 bilhões, um crescimento de 39%, com margem de 7,8% -- 2 pontos a mais do que um ano antes.

"Tivemos um trimestre da virada no final de 2023 e, ao longo de 2024, consistentemente seguimos ampliando a margem EBITDA e a margem operacional", diz Vanessa Rossini, diretora de relações com investidores. "A expansão de margem foi uma conquista fundamental. Somente a margem bruta subiu quase um ponto e meio, resultado do repasse de preços, crescimento do marketplace e aumento das receitas de serviços."

A receita líquida no trimestre foi de R$ 10,8 bilhões, um aumento de 2,3% frente ao mesmo período de 2023. Para 2025, a companhia mantém o foco na rentabilidade, o que deve manter as taxas de crescimento mais baixas. "A prioridade continua sendo a expansão de margens, mas agora conseguimos direcionar mais energia para o crescimento de vendas. No entanto, tudo será feito de forma equilibrada e sustentável", pondera a diretora.

A forte geração de caixa operacional também se destacou, atingindo R$ 2,1 bilhões, um crescimento de 36%. Ao final do ano, o Magalu encerrou com um caixa líquido de R$ 3,3 bilhões, um avanço de R$ 1,6 bilhão na comparação anual, reforçando a forte posição financeira.

"Nossa geração de caixa passou de R$ 3 bilhões, refletindo a eficiência na gestão do capital de giro e na alocação de recursos. Além disso, reduzimos nossa despesa financeira em 25% no ano, o que ajudou a fortalecer ainda mais a estrutura da companhia", observa Rossini.

A companhia reduziu o endividamento bruto em quase R$ 3 bilhões ao longo do ano, num movimento após o aporte de R$ 1 bilhão feito pela família Trajano, controladora da varejista. "O cenário de juros altos exige uma disciplina ainda maior."

Multicanalidade e serviços financeiros impulsionam resultados

Outro pilar da estratégia do Magalu tem sido o fortalecimento da multicanalidade, integrando lojas físicas e e-commerce. O varejo físico cresceu 6,4% no trimestre, enquanto o marketplace se consolidou como uma das principais avenidas de crescimento, representando 40% das vendas online da empresa.

Além disso, os serviços financeiros ganharam mais relevância no ecossistema da companhia. Vanessa destaca o desempenho da LuizaCred, que teve um lucro líquido de R$ 300 milhões em 2024, contribuindo para o resultado consolidado da empresa. "Somente com a equivalência patrimonial, incorporamos R$ 150 milhões ao nosso resultado. O crescimento desse segmento é essencial para maximizar a rentabilidade da companhia", afirma.

A recente aprovação do Banco Central para o Magalubank se tornar uma financeira também abre novas possibilidades. "Agora, conseguimos operar crédito de forma mais eficiente, oferecer novos serviços aos clientes e sellers, além de ampliar a rentabilidade da operação de pagamentos."

No ano, as ações do Magazine Luiza acumulam alta de 31,5%, para R$ 8,46. 

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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