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GPA chega a margem Ebitda de 7% e reverte prejuízo

Grupo dono do Pão de Açúcar vê ganhos com rede de supermercados voltando a conquistar cliente "premium"

GPA: corte de custos e melhoria operacional (GPA/Divulgação)
GPA: corte de custos e melhoria operacional (GPA/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 30 de outubro de 2023 às 21:59.

Última atualização em 27 de dezembro de 2023 às 17:47.

No GPA, a palavra de ordem é retomada. A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) melhorou pelo quinto trimestre seguido e chegou a 7% ao fim de setembro, 1,2 ponto percentual a mais do que um ano antes e muito perto do que o grupo anunciou de guidance no começo deste ano: de 8% a 9% em 2024. 

O GPA precisou entrar em forma para ficar mais saudável. Vendeu ativos ‘non core’, fez sale leaseback de algumas lojas e, em seu movimento mais robusto, seguiu com a cisão da rede colombiana Éxito, cuja atual fatia de 13% que ainda detém pode lhe trazer pouco mais de R$ 700 milhões para o caixa até o primeiro trimestre de 2024.  

Ainda vai restar muito o que ajeitar na casa, mas a reorganização, incluindo de melhorias operacionais, já deve dar algum fôlego à ação que acumula queda de 79% no ano. 

Somadas a melhorias nas lojas e no ecommerce, a companhia fez cortes, apoiada por um plano da consuçtoria Falconi para economia de até R$ 230 milhões, que se somam a outros R$ 130 milhões que a companhia já tinha mapeado, explica Marcelo Pimentel, CEO do GPA.

Esse novo GPA reverteu um prejuízo de R$ 229 milhões para um lucro de R$ 809 milhões. O resultado continuado foi impactado, por efeito não caixa, pela reversão do provisionamento de R$ 804 milhões de prejuízos acumulados da Cnova, já que em setembro o Casino propos iniciar negociações para a compra da participação detida pelo GPA na empresa. Excluindo esse efeito o lucro líquido continuado seria de R$ 5 milhões.  

Entre julho e setembro, a receita líquida do GPA ficou 9,7% maior que um ano antes, somando R$ 4,74 bilhões. O avanço veio puxado pelos investimentos nas melhorias na principal bandeira do grupo, o Pão de Açúcar, e seu formato de proximidade, o Minuto Pão de Açúcar. Nos dois canais, as vendas cresceram 7,2% e 7,7%, respectivamente.

As vendas vieram esteira da estratégia de fazer o Pão de Açúcar voltar a ser o supermercado premium das classes AB, com reformulação do programa de fidelidade, aumento da área de perecíveis e mais serviços.

A base de clientes “premium”, como a empresa classifica, cresceu 10%. Embora não diga exatamente o tamanho desse grupo, Pimentel diz que mais de 30% das vendas totais são feitas por clientes com maior frequência e tíquete.

As vendas digitais também cresceram, com alta de 15%, para R$ 470 milhões, passando a ser 11,6% da receita. “Conseguimos trazer para o digital a venda da cesta completa, incluindo alimentos perecíveis”, destaca Pimentel.

Com o fim da operação de delivery James e o fechamento do centro de distribuição, cada loja passou a ser um ponto de venda online, diluindo os custos da operação e melhorando o tempo de entrega. Hoje, mais de 70% das vendas online são entregues no mesmo dia.

Enquanto segue na trajetória de recuperação da rentabilidade da bandeira Pão de Açúcar e na expansão do modelo de proximidade, o comando da companhia tenta agora debruçar-se em melhor a operação mais popular, da bandeira Extra.

“É uma marca que tem um papel muito relevante. Nosso desafio como parte do operacional é fazer dela uma bandeira rentável e que contribua mais para o negócio”, argumenta.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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