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Visibilidade? Clubes brasileiros se transformam em vitrine para atletas africanos e europeus

Brasileirão de 2024 teve dez atletas nascidos na África e Europa

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 14h30.

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Estamos acostumados a ver jogadores argentinos, colombianos, chilenos, paraguaios e uruguaios atuando no Brasil, e agora, a tendência é termos um aumento considerável nos atletas provenientes de outras regiões do planeta, seja em qual clube for.

No futebol, o movimento natural é a saída de atletas para os mercados internacionais, sejam eles na Europa, Ásia e até mesmo na América do Norte. Em 2024, a chegada de atletas como Memphis Depay e Dimitri Payet aos clubes brasileiros nos mostram um novo cenário: o crescimento e investimento em atletas que nasceram em países europeus e até mesmo africanos.

"O mercado de transferências do Brasil tem passado por mudanças ao longo dos anos. Hoje, com a profissionalização do futebol brasileiro, os atletas conseguem encontrar condições semelhantes à Europa para atuarem aqui, tanto do ponto de vista financeiro, quanto da perspectiva de competição, já que é uma das ligas mais disputadas do mundo. Isso explica a vinda de tantos jogadores estrangeiros em território nacional", comenta Cláudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management Brasil, empresa que administra a carreira de mais de 150 atletas ao redor do mundo, como Vitor Reis (Manchester City), Lukaku (Napoli), Arthur Melo (Girona) e De Vrij (Inter de Milão).

Nesta edição de Campeonato Brasileiro Série A serão 12 jogadores nascidos nos continentes europeu (9) e africano (2) que estarão presentes entre as vinte equipes do Brasileirão, sendo Portugal o país com mais atletas (4) e Corinthians, Cruzeiro e Vasco as equipes que contam com mais atletas de fora do continente americano (2).

Os atletas são:

  • Botafogo: Bastos (Angola)
  • Ceará: Rafael Ramos (Portugal)
  • Corinthians: Memphis Depay (Holanda); Héctor Hernández (Espanha)
  • Cruzeiro: Yannick Bolasie (RD do Congo)
  • Grêmio: Francis Amuzu (Bélgica/Gana)
  • Sport: João Silva (Portugal); Gonçalo Paciência (Portugal); Sérgio Oliveira (Portugal)
  • São Paulo: Cédric Soares (Portugal)
  • Vasco da Gama: Maxime Dominguez (Suíça); Dimitri Payet (França)

Se engana quem pensa que este novo cenário vai acontecer somente para os considerados clubes grandes, sejam eles profissionais ou para compor os elencos de base. Equipes que disputaram a Série B e divisões inferiores também têm visto com bons olhos essa transformação no “scout” brasileiro.

“Esse intercâmbio será ainda mais comum nos próximos anos. A evolução da análise de dados nos permite obter informações do desempenho dos jogadores até durante os treinamentos, independente da minutagem do atleta em jogos oficiais. Com este artifício, podemos buscar oportunidades no mercado, atender as carências do elenco e, de certa forma, facilitar esse fluxo dos jogadores entre os continentes, fato que também ajuda a internacionalizar a marca dos clubes” explica Toninho Cecílio, executivo de futebol da SAF do Botafogo-SP, que tem em seu elenco Sabit Abdulai (25), volante ganês que jogava no Getafe, da Espanha.

A chegada de atletas europeus têm seu impacto não só dentro de campo, mas fora dele também. “Um bom trabalho de scout deve ser feito não apenas em solo nacional como em todo mundo, temos grandes talentos em cada parte dos seis continentes. Ao incorporar jogadores de diferentes partes do mundo, os clubes brasileiros não apenas enriquecem seus elencos tecnicamente falando, mas também promovem a diversidade e o intercâmbio cultural, fortalecendo o ambiente esportivo. Além disso, esse tipo de transferência pode abrir caminho para novas oportunidades de marketing e patrocínio” conta Renê Salviano, especialista em marketing esportivo.

No início da temporada, o futebol brasileiro já soma 130 gringos espalhados pelos clubes da primeira divisão. Das 20 equipes da Série A, 19 têm ao menos um atleta nascido no exterior. A única exceção é o Mirassol, time estreante na elite nacional.

Para Renato Martinez, empresário da RocNation Sports Brazil, empresa de entretenimento e esporte que gerencia a carreira de atletas, a chegada de investidores e casas de aposta no cenário do futebol brasileiro foram fundamentais para este novo movimento. “Nossos clubes ficaram melhor administrados, chegaram investidores estrangeiros que já buscavam esses atletas para seus clubes na Europa e Estados Unidos, as dívidas de vários foram renegociadas, e as casas de apostas trouxeram patrocínios de valores que nunca tínhamos visto. Tudo isso está permitindo movimentos que não eram comuns em nosso mercado ", explica.

No total, até o momento, somam-se 17 nacionalidades diferentes entre os atletas estrangeiros.

Argentina (47), Uruguai(25), Colômbia (16), Paraguai (10), Venezuela(7), Equador (7), Chile (4), Portugal (4), Angola (1), Bélgica (1), Bolívia (1), Espanha (1), França (1), Holanda (1), Peru (1), República Democrática do Congo (1) e Suíça (1).

Bruno Brum, CMO da End to End, agência que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo, acredita que este movimento vai ser cada vez mais importante para a relação internacional do futebol brasileiro. "O futebol brasileiro está com um perfil de contratações cada vez mais diverso. Nunca tivemos tantos jogadores de outras nacionalidades disputando as nossas competições quanto agora. Isso é fundamental para o engajamento com os fãs estrangeiros, o que ajuda a valorizar ainda mais a liga. É um movimento do mercado que traz uma série de vantagens, tanto para os clubes quanto para os atletas. Por isso, deve se tornar uma tendência nos próximos anos".

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