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Daniel Alves: justiça espanhola concede liberdade provisória a ex-jogador sob fiança judicial

O Brasileiro terá os passaportes retidos e deve pagar uma fiança de 1 milhão de euros

Daniel Alves: exigências são a permanência em território espanhol, comparecimento semanal na corte, além de estar proibido de se aproximar a menos de 1km da vítima (Eric Verhoeven/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 20 de março de 2024 às 07h43.

Última atualização em 20 de março de 2024 às 08h34.

A justiça espanhola concedeu nesta quarta-feira, 20, a liberdade provisória do ex-jogador Daniel Alves , que estava preso por acusação de estupro. A informação foi divulgada pela CNN.

Segundo o portal, Daniel terá os passaportes retidos e deve pagar uma fiança de 1 milhão de euros. Outras exigências são a permanência em território espanhol, comparecimento semanal na corte, além de estar proibido de se aproximar a menos de 1km da vítima.

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Em fevereiro, o tribunal superior da Catalunha condenou o ex-jogador de futebol Daniel Alves a quatro anos e meio de prisão. A Corte também definiu uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil).

Em janeiro de 2023, a prisão de Daniel Alves foi decretada em Barcelona, após denúncia de uma jovem de 23 anos que foi estuprada pelo jogador no dia 30 de dezembro de 2022. Desde de que o crime foi relatado até a prisão do jogador, a polícia catalã investigava as evidências que apontavam veracidade nas acusações.

Veja abaixo quais são os indícios que culminaram na prisão do lateral

Mulher em prantos é abordada por seguranças da boate Sutton, que acionam o protocolo de violência sexual: Em 30 de dezembro, uma jovem de 23 anos foi vista em uma discoteca em Barcelona em estado fragilizado, o que levou a profissionais que trabalham no local a iniciarem uma série de medidas para proteção de pessoas que sofreram algum tipo de abuso sexual. A mulher foi conduzida para o Hospital Clínic, referência nesses tipos de caso, e realizou exames de corpo delito.

Laudo pericial encontra lesões e sêmen na vítima

O primeiro exame realizado pela mulher indicou a presença de sêmen nas roupas da jovem e lesões no corpo. Um hematoma no joelho corrobora com a narrativa da vítima, que relatou ter caído no chão no banheiro da discoteca durante o crime.

Impressões digitais no banheiro e imagens da câmera de segurança reforçam narrativa da mulher:

A perícia no local onde ocorreu o crime encontrou material genético da vítima na caixa de descarga do banheiro da boate. De acordo com a justiça catalã, não haveria motivo para a mulher ter encostado no objeto se a vesão dos fatos contada pelo jogador fosse verdadeira. As imagens da câmera do local também mostram o trajeto até o banheiro, e revelam que o jogador e a vítima ficaram 15 minutos dentro do local, o que corrobora com a narrativa da mulher. Anteriormente, a defesa alegava que o atleta havia ficado cerca de dois minutos no banheiro.

Novas denúncias das amigas da vítima:

Duas outras mulheres que estavam presentes na boate no dia 30 de dezembro relataram em depoimento que o jogador as assediou sexualmente. O juíz que ouviu os depoimentos avisou que elas também poderiam prestar queixa contra o jogador.

Mudanças nas versões contadas por Daniel Alves

Quando as primeiras notícias sobre o caso começaram a surgir, o jogador gravou um vídeo afirmando que não conhecia "aquela mulher", se referindo à vítima. Depois, em um depoimento quando já estava preso, afirmou que a vítima fez sexo oral nele, mas de maneira consensual. Entre outras incongruências, quando foi perguntado sobre seu salário, afirmou que era 10 vezes menor do que o valor real.

Teste de DNA prova que sêmen encontrado na vítima é de Daniel Alves

O resultado dos exames periciais realizados na noite do crime trouxeram um novo elemento que confirma a versão relatada pela vítima.

Foi encontrado na amostra de sêmen presente na roupa da mulher o material genético do jogador, o que levou a uma nova versão dos fatos narrados por Daniel Alves: Depois do resultado do teste de DNA, o jogador mudou pela terceira vez seu relato sobre o que aconteceu na noite de 30 de dezembro.

Em novo depoimento, o lateral admitiu que houve penetração vaginal — e não sexo oral, como havia declarado anteriormente —, mas mantém a narrativa de que a relação foi consensual.

Todos esses fatores foram suficientes para que o Ministério Público da Espanha não acolhesse o pedido da defesa de Daniel Alves para que o jogador respondesse o processo em liberdade. A juíza designada para o caso já havia afirmado que havia "indícios suficientes" de uma agressão sexual, e a prisão foi mantida. Os advogados do atleta ainda apresentam recursos.

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