Esporte

Fórmula 1 pode viver sem Mônaco, diz chefe da McLaren

Zak Brown vê potencial para expansão em novos mercados como Coreia, Sudeste Asiático, Índia e África

Mônaco é a joia da coroa da Fórmula 1, mas corridas não têm atraído atenção dos fãs. (CLAUDIA GRECO / POOL /AFP Photo)

Mônaco é a joia da coroa da Fórmula 1, mas corridas não têm atraído atenção dos fãs. (CLAUDIA GRECO / POOL /AFP Photo)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 10 de junho de 2024 às 08h33.

O destino do Grande Prêmio de Mônaco na Fórmula 1 ainda está em aberto, segundo o CEO da McLaren Racing, Zak Brown, e nada deve ser tomado como garantido sobre sua possível saída do calendário de corridas. Brown deu uma entrevista para a Bloomberg e explicou seu ponto.

“Podemos desistir de Mônaco? Podemos. Este esporte é tão forte”, disse Brown durante entrevista. Os comentários vieram após a imprensa europeia relatar que a Liberty Media, proprietária da F1, estava buscando fundos adicionais do principado de Mônaco durante as negociações de contrato para estender a corrida além de 2025. “Ficaria surpreso se não continuasse no calendário — mas, de certa forma, isso criaria muito barulho a curto prazo? Sim. As pessoas superariam e a Fórmula 1 seria tão forte quanto antes? Acho que sim.”

A Liberty Media está buscando um aumento no atual contrato de três anos implementado em setembro de 2022, que inclui termos sobre direitos de transmissão, segundo pessoas familiarizadas com as discussões. Amplamente considerado a joia da coroa da F1, Mônaco paga cerca de $20 milhões anualmente para sediar o evento, muito menos que os mais de $50 milhões pagos por locais como a Arábia Saudita. É o pagamento mais baixo no calendário de 24 corridas.

“Eles precisam se atualizar, porque somos um esporte comercial, e pode-se argumentar: 'Espere um minuto, alguns desses outros locais estão gerando índices de audiência similares na TV, ótimas corridas e contribuindo muito mais para o crescimento fiscal do esporte'”, disse Brown. “Temos Miami, Vegas, Singapura — todas são corridas incríveis.”

Sudeste asiático vira alvo

Brown, um americano afável que lidera a única empresa de corridas que compete na Fórmula 1, IndyCar, Fórmula E, Extreme E e eSports, afirma que as 24 corridas atualmente no calendário da F1 são o máximo que deve ser permitido. Ele sugere que, nos próximos anos, oito locais de corrida poderiam rotacionar como eventos bienais, permitindo que novos locais se juntem e ajudem a expandir a F1 para novos mercados.

“Adoraria nos ver na Coreia”, diz ele. “Adoraria nos ver na Tailândia. Quase entramos no Vietnã. Adoraria ver na África do Sul e em alguns desses outros territórios para continuarmos a expandir nossa presença global. A Índia seria um ótimo mercado para estar.”

Em maio, o primeiro-ministro da Tailândia se reuniu com autoridades da F1 para discutir uma corrida em Bangkok. “Mônaco poderia cair nesse campo [rotacional] se preferir”, acrescenta Brown.

Até o momento, os organizadores de Mônaco resistiram a alterar a natureza de sua participação na F1. Eles acreditam que o prestígio de seu circuito de quase 100 anos supera considerações financeiras, segundo uma fonte. Fãs de corridas e pilotos de F1 têm criticado há muito tempo a pista de Monte Carlo por ser monótona, devido ao seu tamanho menor, paredes altas e curvas fechadas que dificultam ultrapassagens durante a corrida. Este ano, pela primeira vez na história, os pilotos do Grande Prêmio de Mônaco terminaram a corrida exatamente na mesma ordem em que começaram.

Acompanhe tudo sobre:Fórmula 1Fórmula EEsportes

Mais de Esporte

Jogos de hoje, quinta-feira, 28: onde assistir ao vivo e horários

Quanto o Corinthians já conseguiu arrecadar com vaquinha? Valor impressiona

Como funciona a proposta do Real Madrid para sócios se tornarem donos do clube

Brasileirão: Palmeiras ainda tem chance contra o Botafogo? Veja estatística