Esporte

Empresário quer criar 'Olimpíadas' com atletas 'dopados'

No projeto da nova competição, atletas poderiam utilizar drogas que melhorem o desempenho e não representariam seus países de origem

Segundo o idealizador do projeto, competidores e marcas tiveram reação positiva com os Enhanced Games (Thinkstock)

Segundo o idealizador do projeto, competidores e marcas tiveram reação positiva com os Enhanced Games (Thinkstock)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 12 de julho de 2024 às 06h40.

Christian Angermayer é um empresário de biotecnologia que tem um escritório de investimentos que apoia negócios que incluem a longevidade, chips que podem ser implantados no cérebro e terapia com cogumelos.

Seu mais recente empreendimento é o mais audacioso: os Enhanced Games (Jogos Aprimorados, em tradução literal), uma alternativa às Olimpíadas em que os atletas competirão em 10 eventos, desde corrida até levantamento de peso e um esporte de combate que ainda precisa ser definido. Aqui a "pequena diferença" é que os atletas pode usar hormônios, esteróides e outras drogas que melhoram o desempenho, segundo informações da Businessweek.

Nenhuma data ou local foi determinado para a competição ainda, mas seu financiamento inicial foi revelado no início deste ano, atraindo cerca de US$ 10 milhões em capital do amigo de Angermayer, Peter Thiel (co-fundador do PayPal), e de outros investidores. O negócio, porém, já despertou críticas. “Alguém vai morrer”, disse Kieren Perkins, ex-atleta olímpico que agora dirige a comissão de esportes da Austrália.

Angermayer afirma que a recepção da maioria dos atletas, marcas esportivas e políticos tem sido positiva. Ele diz que ele e o cofundador da Enhanced Games, Aron D’Souza, estão em negociações para arrecadar cerca de US$ 300 milhões a mais e estão atendendo a pedidos de muitas cidades para sediar a primeira edição dos jogos no próximo ano.

E como Angermayer planeja recompensar os atletas que participarem dessa disputa? Os dopados podem ganhar um prêmio de US$ 1 milhão por quebrarem recordes mundiais e serão pagos com base em critérios que incluem o sucesso de suas postagens nas redes sociais sobre os jogos. Mas para Angermayer, os Jogos Aprimorados são uma tentativa construir uma franquia esportiva de US$ 100 bilhões. “Temos a chance de tornar as Olimpíadas completamente obsoletas”, diz ele.

E o empresário emenda: "Se os Jogos Olímpicos fossem uma empresa gerida comercialmente e não uma organização corrupta, poderiam ser uma empresa de US$ 100 bilhões”. Num e-mail, um porta-voz do Comité Olímpico Internacional disse à Newsweek que a organização apoia “recompensas financeiras justas” para os atletas e provoca os Jogos Avançados: “Se quiserem destruir qualquer conceito de fair play e competição leal, isso seria uma boa maneira de fazer isso."

Outro fator diferente na competição idealizada por Angermayer trata da nacionalidade dos atletas. Eles não representarão seus países de origem. Os Jogos Aprimorados aceitarão até mesmo atletas russos, proibidos atualmente de participar das Olimpíadas. “Queremos as melhores pessoas”, diz ele. Angermayer não planeja assistir às Olimpíadas de Paris, que começam em 26 de julho.

Acompanhe tudo sobre:Olimpíadas 2024

Mais de Esporte

Corinthians, Gaviões e Caixa lançam campanha para quitação da dívida da Arena; veja como ajudar

Jogos de hoje, segunda-feira, 25: onde assistir ao vivo e horários

Marta é campeã com Orlando Pride na liga feminina de futebol nos EUA