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Descendentes de Eiffel se opõem à permanência dos anéis olímpicos na torre em Paris

Descendentes do engenheiro Gustave Eiffel iniciam mobilização para preservar a integridade visual do monumento e já acionaram advogados para impedir a decisão da prefeita da cidade

Torre Eiffel recebeu os anéis olímpicos para a 33ª edição dos Jogos na Era Moderna. (David Ramos/Getty Images)

Torre Eiffel recebeu os anéis olímpicos para a 33ª edição dos Jogos na Era Moderna. (David Ramos/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 11h05.

Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 11h14.

Os descendentes de Gustave Eiffel, renomado engenheiro responsável pelo projeto da Torre Eiffel, estão se posicionando contra a decisão da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, de manter os anéis olímpicos na estrutura icônica após o encerramento dos Jogos Olímpicos de 2024. A família argumenta que a permanência dos anéis multicoloridos compromete a forma original e o simbolismo da "Dama de Ferro", um dos monumentos mais importantes do mundo. As informações são da CBS.

Segundo a prefeita Hidalgo, a intenção é manter os anéis até pelo menos 2028, ano em que Los Angeles, nos Estados Unidos, será sede dos Jogos Olímpicos. No entanto, os herdeiros de Eiffel acreditam que essa medida prejudicaria a estética do monumento, que é considerado um símbolo de Paris e da França. Já acionaram advogados para buscar meios de bloquear a alteração.

Oposição à mudança na Torre Eiffel

A Torre Eiffel, concluída em 1889 para a Exposição Universal de Paris e projetada inicialmente para ser uma instalação temporária, tornou-se ao longo dos anos um dos monumentos mais icônicos do mundo. Com seus 330 metros de altura, a torre atrai aproximadamente sete milhões de visitantes por ano, sendo que cerca de três quartos desse público são turistas internacionais.

Os anéis olímpicos, símbolo das Olimpíadas de Paris de 2024, foram colocados na estrutura da torre em celebração aos jogos. No entanto, a Associação da Família Eiffel — formada pelos descendentes de Gustave Eiffel — está preocupada com a decisão de mantê-los no monumento por mais tempo do que o necessário para celebrar o evento esportivo. Para eles, os anéis criam um "desequilíbrio visual", alterando a aparência da torre, que é reconhecida por suas formas puras e sua simetria.

A associação emitiu um comunicado no qual expressa sua preocupação com a permanência dos anéis, afirmando que a torre, ao longo de mais de um século, adquiriu um status de neutralidade que transcende eventos temporários. "A Torre Eiffel é um símbolo universal, reconhecido em todo o mundo como um emblema de Paris e da França. Sua forma precisa ser preservada", afirmam os representantes da associação.

A Torre Eiffel e a preservação de seu legado

A família Eiffel ressalta que o monumento possui um legado que deve ser respeitado e mantido intacto. Embora a Torre Eiffel tenha sido inicialmente planejada para permanecer em pé por apenas 20 anos após sua construção, ela foi incorporada ao cenário parisiense e tornou-se um dos pontos turísticos mais visitados do mundo.

O legado de Gustave Eiffel transcende a própria torre. Além da icônica estrutura em Paris, o engenheiro também projetou outras obras mundialmente reconhecidas, como a estrutura metálica da Estátua da Liberdade em Nova York. A família, no entanto, é categórica ao afirmar que qualquer alteração visual na Torre Eiffel deve ser minuciosamente analisada para garantir que a essência do monumento seja mantida.

"Manter os anéis olímpicos até 2028 seria uma modificação substancial nas formas puras da torre, que foi projetada para ser admirada em sua integridade", afirmam os herdeiros, em comunicado. Eles sugerem que a melhor solução seria remover os anéis logo após o fim do ano olímpico, em 2024, como forma de preservar o significado original do monumento.

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