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Brasileirão 2024 consolida-se como o de segunda maior média de público na história

Competição registra mais de 10 milhões de torcedores nos estádios e perde somente para a edição do ano passado

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 14h03.

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Por mais um ano, o Campeonato Brasileiro se destaca pela média de público atingida. Após registrar a melhor marca na história em 2023, com cerca de 28 mil torcedores por jogo, a atual edição se aproximou destes números e ultrapassou a casa dos 26,5 mil por partida, considerando os jogos com torcida – números de acordo com os boletins financeiros das partidas. O resultado é o segundo melhor da história da competição, superando também a edição de 1983, que teve pouco mais de 22,9 mil.

Ao longo da atual edição, foram mais de 10 milhões de torcedores nas arquibancadas. Para Bruno Brum, CMO da End to End, empresa que realiza ativações, um dos caminhos para alcançar tais índices vai ao encontro do desenvolvimento de ações que tenham como intuito aproximar ainda mais o torcedor do clube. “É necessário que cada vez mais as equipes sigam idealizando ações criativas e estratégicas, com eficácia, com uma perspectiva para além do campeonato em si. Assim, é possível consolidar ainda mais a marca da instituição, assim como alcançar maior proximidade com os fãs”, afirma.

Já Renê Salviano avalia os novos índices de público que vêm sendo atingidos pelos clubes no Campeonato Brasileiro após a pandemia de Covid-19. “Desde a volta da pandemia, os jogos do campeonato nacional têm registrado públicos crescentes. Acredito que nesse período os clubes também buscaram outras estratégias para se aproximar mais dos fãs, seja com os programas de sócio-torcedor, com a contratação de grandes craques, com uma maior atenção ao match day e a intensificação da produção de conteúdo digital”, ressalta.

Neste ano, o Flamengo novamente assumiu a ponta do ranking de público, com média na casa dos 54,5 mil torcedores por jogo. Mas a grande novidade no ranking para a atual temporada é o Corinthians, que em 2024 registrou a maior média de público da história da Neo Química Arena e, somente no Brasileirão, levou, em média, 43,7 mil torcedores ao estádio.

Em que pese os bons índices de público mesmo quando o clube ainda amargava posição na zona de rebaixamento, o Corinthians é uma das equipes que tem contado com ações especiais para engajar ainda mais a torcida, principalmente em conjunto com a patrocinadora Esportes da Sorte, sobretudo a partir da chegada do astro holandês Memphis Depay. Com aporte da companhia, a busca pela contratação foi visando ações de marketing e retorno de mídia.

“Sabemos do peso e o impacto que a vinda de um craque desta magnitude representa não apenas para o futebol brasileiro, mas mundial, fazendo o clube ser protagonista novamente neste modelo de negócio”, destaca Sofia Aldin, CMO do Grupo Esportes da Sorte.

Completando o top-5 dos clubes com melhor média de público na competição, o São Paulo, que em 2023 esteve na segunda colocação, neste ano apenas completa o pódio, com quase 40 mil torcedores por partida. A quarta colocação, por sua vez, ficou com o Bahia, equipe do nordeste melhor colocada no ranking, com 36,1 mil. Por fim, o Fluminense levou 34,7 mil torcedores por partida.

Sócios-torcedores presentes

Nesta edição de 2024 do Brasileirão, a quantidade de sócios-torcedores presentes nas arquibancadas também foi destaque, representando 45% do público total da competição. Nesse quesito, equipes como Criciúma, Vitória e Corinthians lideram. O Tigre é quem mais se destaca, com 87,5% do público presente nos jogos sendo composto por sócios-torcedores.

Para quem acompanha de perto, o alto engajamento dos sócios-torcedores da equipe catarinense não é surpresa. “A torcida carvoeira destaca-se pela grande paixão e apoio ao clube, comparecendo em peso ao Heriberto Hülse em 2024. E nós, que estamos com o Recicla Junto presente no estádio desde 2019, acompanhamos de perto a festa da torcida, que além do apoio ao time também feito a sua parte na sustentabilidade, participando do recolhimento dos resíduos em todas as partidas deste ano”, destaca Augusto Freitas, CEO da Cristalcopo e idealizador do projeto Recicla Junto, que incentiva a reciclagem no Heriberto Hülse.

Já o Vitória, segundo colocado no ranking, tem 77,8% do público no estádio sendo composto por sócios-torcedores. Na sequência, aparecem o Corinthians, com 67,5%, Athletico-PR, com 67%, e Bahia, com 62%.

Para Jorge Duarte, gerente de marketing e esportes da Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores dos clubes de futebol, a presença de destaque dos associados nos estádio é um sinal positivo, sobretudo no caso das equipes fora do Sudeste, em que as fontes de receitas costumam ser menores em comparação com os clubes do eixo.

“Com os programas de sócios-torcedores, os clubes asseguram receitas que hoje são vitais para o futebol moderno. Além dos 90 minutos de jogo, é importante idealizar estratégias diferenciadas, que garantam benefícios aos associados. Nesse sentido, é essencial sair um pouco da relação 'jogo e ingresso', visando ampliar a adesão dos fãs e garantir recursos que podem fazer a diferença ao longo da temporada", pontua.

Entre as outras equipes, os sócios-torcedores também foram maioria nos estádios nos casos de Fortaleza (59,7%) e Vasco (50,8%). Outros que se aproximaram de tal feito foram Botafogo (48,7%) e Internacional (48%).

“Nossa torcida, em geral, tem sido muito importante e inclusive temos registrado uma crescente no programa de associados. Como costumo dizer, essa adesão é potencializada quando mantemos um elenco competitivo e que mobilize o torcedor para que tenha interesse em estar no estádio e contribuir mensalmente. Além disso, ainda há atrativos como uma boa experiência de jogo e a possibilidade de contar com ampla rede de serviços, desde descontos nos produtos sociais do clube a prioridade em eventos”, ressalta Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza.

“Temos cerca de 150 mil sócios atualmente e o Beira-Rio suporta cerca de 50 mil torcedores, então nos grandes jogos o estádio acaba sendo ocupado exclusivamente por sócios. Ao longo dos últimos anos, o clube vem aprimorando benefícios e promovendo experiências para atrair mais associados, com atenção especial com experiências e ações, além do próprio aplicativo Mundo Colorado. As ações são variadas e também se estendem a aquisição de tíquetes gratuitos para acompanhantes, entrada no gramado em jogos no mês de aniversário, experiências como acesso a treinos em ações específicas, entre outros benefícios”, explica André Dalto, Vice-presidente de Administração do Internacional.

Arrecadação milionária

Além dos elevados índices de público, a edição deste ano do Campeonato Brasileiro também registrou valor milionário em bilheteria, de quase meio bilhão de reais. Ao longo de todos os jogos realizados na competição nacional, os 20 clubes, somados, arrecadaram R$ 497 milhões.

A equipe que mais se destacou nesse quesito foi novamente o Flamengo, o único a ultrapassar a casa dos R$ 3 milhões com bilheteria média. Para potencializar os resultados, o clube oferece uma experiência especial aos sócios-torcedores, turbinada pela parceria com a Imply para gerenciamento das vendas dos bilhetes, desde 2017.

“Nesse processo, houve investimento em customização, blindagem antifraude, suportes, staff de bilheteria e inclusão de um QR Code dinâmico como mais uma forma de acesso exclusiva ao sócio-torcedor em setores específicos do Maracanã. Assim, garante-se uma infraestrutura robusta e de alta performance. Além da estabilidade e da segurança, também vemos como reflexo o potencial para atrair mais torcedores para o estádio”, explica Tironi Paz Ortiz, CEO e fundador da Imply.

Outros dos clubes que se destacam pelo faturamento com bilheteria ao longo do Campeonato Brasileiro em 2024 são Corinthians (média de R$ 2,6 milhões), Palmeiras (R$ 2,4 milhões por partida), São Paulo (média de R$ 2,38 milhões) e Botafogo (R$ 1,8 milhão por jogo). Em comum, todos os quatro times têm apostado na construção de camarotes premium em seus estádios, para oferecer experiências diferenciadas aos torcedores e angariar mais receitas. É o caso do Fielzone, na Neo Química Arena, do Fanzone, no Allianz Parque, do Camarote dos Ídolos, no Morumbis, e do Firezone, no Estádio Nílton Santos.

Todos esses camarotes são gerenciados pela Soccer Hospitality. CEO da empresa, Léo Rizzo explica a importância desses espaços. “Os camarotes são um importante fator dentro da arrecadação dos clubes nos dias de jogos. Além disso, também apresentam uma série de experiências únicas que proporcionamos aos torcedores, como atrações musicais antes e depois das partidas”, destaca.

Maiores médias de público do Brasileirão 2024:

  • Flamengo - 54,5 mil
  • Corinthians - 43,7 mil
  • São Paulo - 40 mil
  • Bahia - 36,1 mil
  • Fluminense - 34,7 mil
  • Cruzeiro - 33,1 mil
  • Palmeiras - 31,5 mil
  • Fortaleza - 31,3 mil
  • Atlético-PR - 30,5 mil
  • Internacional - 29,7 mil
  • Botafogo - 29 mil
  • Atlético-MG - 27,7 mil
  • Vitória - 23,3 mil
  • Grêmio - 20,4 mil
  • Vasco - 19,9 mil
  • Criciúma - 14,7 mil
  • Juventude - 8,7 mil
  • Atlético-GO - 8,3 mil
  • Cuiabá - 8 mil
  • Red Bull Bragantino - 6 mil

Maiores receitas médias em bilheteria:

  • Flamengo - R$ 3,1 milhões
  • Corinthians - R$ 2,6 milhões
  • Palmeiras - R$ 2,4 milhões
  • São Paulo - R$ 2,38 milhões
  • Botafogo - R$ 1,8 milhão
  • Atlético-MG - R$ 1,52 milhão
  • Cruzeiro - R$ 1,5 milhão
  • Fluminense - R$ 1,34 milhão
  • Grêmio - R$ 1,3 milhão
  • Bahia - R$ 1,28 milhão
  • Vasco - R$ 1,25 milhão
  • Atlético-PR - R$ 1,1 milhão
  • Internacional - R$ 1,08 milhão
  • Vitória - R$ 643,7 mil
  • Fortaleza - R$ 643 mil
  • Criciúma - R$ 629 mil
  • Atlético-GO - R$ 494 mil
  • Cuiabá - R$ 466 mil
  • Juventude - R$ 394 mil
  • Red Bull bragantino - R$ 255 mil

Clubes com maior proporção de sócios-torcedores entre o público presente nos estádios:

  • Criciúma - 87,5%
  • Vitória - 77,8%
  • Corinthians - 67,5%
  • Athletico-PR - 67%
  • Bahia - 62,8%
  • Fortaleza - 59,7%
  • Vasco - 50,8%
  • Botafogo - 48,7%
  • Internacional - 48%
  • Fluminense - 43,63%
  • Palmeiras - 42%
  • Grêmio - 37,5%
  • Red Bull Bragantino - 37,4%
  • Flamengo - 32,5%
  • Atlético-GO - 27,2%
  • São Paulo - 25,8%
  • Cruzeiro - 24,2%
  • Cuiabá - 6,5%
  • Juventude - 0,94%
  • Atlético-MG* - 0%

*Não divulga, nos boletins financeiros, os dados referentes a ingressos comercializados para sócios-torcedores

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