Esporte

Autoridades de Miami investigam falhas que geraram caos na final da Copa América

Antes do início da partida, centenas de pessoas que não tinham ingressos romperam as barreiras de segurança, escalaram cercas e pularam as catracas de acesso para entrar no estádio

Confusão no Hard Rock Stadium, na final da Copa América (Maddie Meyer/Getty Images)

Confusão no Hard Rock Stadium, na final da Copa América (Maddie Meyer/Getty Images)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 15 de julho de 2024 às 17h29.

Tudo sobreFutebol
Saiba mais

Autoridades do condado de Miami-Dade investigam as falhas que levaram ao caos, à violência e à destruição na final da Copa América 2024, na qual muitos torcedores que compraram ingressos tiveram a entrada negada para o jogo de domingo no Hard Rock Stadium e também sofreram golpes e desmaios devido às altas temperaturas.

Horas antes do início da partida, na qual a Argentina sagrou-se campeã ao derrotar a Colômbia por 1 a 0 na prorrogação, centenas de pessoas que não tinham ingressos romperam as barreiras de segurança, escalaram cercas e pularam as catracas de acesso para entrar no estádio, situação que gerou caos, correria e forçou o fechamento dos portões de acesso, além de atrasar o início da partida.

A imprensa local chegou a mostrar imagens de torcedores tentando entrar pelos dutos de ventilação do estádio.

"Estamos indignados com os eventos sem precedentes que ocorreram nesta noite durante a final da Copa América. Essa situação nunca deveria ter acontecido e não pode acontecer novamente", lamentou em comunicado a prefeita de Miami-Dade, Daniella Levine-Cava.

Os acontecimentos dramáticos fizeram com que centenas de pessoas com ingressos em mãos, algumas delas procedentes do exterior, não pudessem entrar no estádio, motivo pelo qual exigem agora o reembolso dos milhares de dólares investidos nas entradas.

Em comunicado, o Hard Rock Stadium enfatizou que está em discussões com a Conmebol "para tratar dessas preocupações individuais".

As autoridades do condado de Miami-Dade, no sul da Flórida, designaram 550 policiais, mais do que o normal para eventos esportivos, para a segurança do estádio e, posteriormente, mobilizaram mais tropas.

Levine Cava, assim como o chefe da polícia local, Jaime Reyes, deixaram claro que a responsabilidade pelos eventos da noite passada é da Conmebol, a entidade que rege o futebol na América do Sul.

"A Copa América é organizada pela Conmebol e a polícia de Miami-Dade está prestando apoiando", explicou a prefeita.

Sangue, desmaios e destruição

Antes da desordem, a atmosfera ao redor do estádio era festiva, com torcedores de Argentina e Colômbia se misturando com música e comida tradicional. O caos começou cerca de três horas antes do horário programado para o início do jogo.

Os portões do Hard Rock Stadium se abriram às 16h no horário local, e milhares de pessoas começaram a entrar de forma ordenada. Porém, uma hora depois, torcedores sem ingressos começaram a forçar a entrada ou a entrar por áreas não vigiadas. Os agentes de segurança decidiram fechar a entrada e as pessoas mais próximas aos portões ficaram presas em meio a uma maré humana.

"Eu me senti como se estivesse morrendo. Estou com as costelas machucadas. Estávamos sendo sufocados. Houve uma correria. Foram momentos muito complicados", relatou à Agência EFE o argentino César Palau, que conseguiu entrar depois de quase três horas.

Outro torcedor, Daniel Adalberti, estava disposto a voltar para casa e perder os US$ 1.200 que pagou pelo ingresso, "mas não dava para se mexer, era realmente perigoso", disse ele.

Dentro e fora do estádio, havia crianças chorando e pessoas agitadas, enquanto ambulâncias e paramédicos se esforçavam para tratar os feridos e os desmaiados.

A partida foi adiada por até 90 minutos. Alguns dos jogadores da Argentina, como Enzo Fernández, Gonzalo Montiel, Alejandro Garnacho e Alexis Mac Allister, deixaram o vestiário para procurar parentes que haviam ficado fora.

O atraso foi anunciado pelos alto-falantes do estádio enquanto os jogadores se aqueciam no gramado. Eles retornaram às áreas de descanso e acabaram saindo por volta das 21h.

A Conmebol decidiu abrir os portões do estádio para permitir a entrada dos torcedores. Muitos deles entraram no estádio sem ter os ingressos verificados. Pouco antes do início do jogo, os portões foram fechados novamente.

A argentina Agus Lezcano relatou nas redes sociais que foi impedida de entrar no estádio com sua família, mesmo tendo viajado de seu país.

"Era possível ver os torcedores mostrando seus ingressos e gritando para que abrissem os portões, mas ninguém fez nada ou sabia de nada. Falei com a polícia e com os organizadores em desespero, eles se desculparam e disseram que não sabiam de nada", declarou.

Nos corredores do estádio, havia filas de pessoas algemadas e monitoradas pela polícia, algumas ensanguentadas e machucadas em decorrência de brigas com policiais.

No início da partida, os corredores e as escadas na maioria das áreas do estádio estavam lotados, mas, com o passar do tempo, os espaços foram se abrindo.

"Os agentes de segurança estavam retirando as pessoas que não tinham ingressos aos poucos, o que deveria ter sido feito desde o início", disse Adalberti.

Enquanto as autoridades avaliam o que aconteceu, as equipes de limpeza do estádio passaram a maior parte da noite trabalhando para recolher os destroços e começar a tarefa de reconstruir os danos, que incluem escadas rolantes, grades, dutos de ventilação e muito mais.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Futebol

Mais de Esporte

Jogos de terça-feira, 3: onde assistir ao vivo e horários

Corinthians x Bahia: onde assistir e horário do jogo pelo Brasileirão

Mallorca x Barcelona: onde assistir e horário do jogo pela La Liga

Nordeste terá recorde de clubes participantes no Brasileirão de 2025