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SDGs in Brazil: em Nova York, Pacto Global leva o protagonismo brasileiro no clima para a ONU

Evento na sede das Nações Unidas reuniu empresários, cientistas e pensadores em debates sobre os desafios dos ODS no país

Rachel Maia: chairwoman da Rede Brasil do Pacto Global diz que empresas precisam usar a governança para impactar a sociedade de maneira positiva (Leandro Fonseca/Exame)
Renata Faber

Diretora de ESG na EXAME

Publicado em 15 de setembro de 2023 às 15h16.

Última atualização em 19 de setembro de 2023 às 11h46.

É impossível não se emocionar ao entrar na sede da ONU, em Nova York. O prédio localizado na Avenida 1, às margens do East River, foi o palco de momentos históricos, e decisões tomadas pelos maiores líderes do mundo que afetaram a vida de bilhões de pessoas. A sensação, ao ser recebida pela estátua de Nelson Mandela, localizada na entrada do lobby, é de estar participando de algo importante.

Estou em Nova York para participar do evento SDGs in Brazil, organizado pelo Pacto Global da ONU no Brasil, parceiro institucional da EXAME . Durante dois dias, o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS – SDG em inglês) e os desafios à frente na luta contra as mudanças climáticas serão debatidos por cientistas, empresários, executivos e pensadores, com foco no protagonismo brasileiro na pauta climática.

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A abertura do evento foi feita pela Rachel Maia, chairwoman da Rede Brasil do Pacto Global, que nos lembrou da nossa responsabilidade como empresários. A empresa, diz Maia, precisa de governança para continuar existindo e, com a sua existência, impactar a sociedade positivamente nos aspectos ambiental e social. Carlo Pereira, CEO da Rede do Pacto Global da ONU no Brasil, falou sobre a necessidade da nova liderança, que precisa ser humana.

O embaixador Norberto Moretti, representante alterno do Brasil junto à ONU em Nova York, lembrou da importância da parceria entre o setor público e privado para atingirmos as metas da agenda 2030. Já Helder Barbalho, governador do estado do Pará, começou seu discurso com a transversalidade da sustentabilidade, que envolve as áreas ambiental, social, cultura, o lucro e a governança.

Amy Webb, CEO do Future Today Institute, começou sua apresentação mostrando que a expressão “Brasil, o país do futuro” foi usada pela primeira vez em 1941, mas ressaltou que o Brasil ainda vive no passado — o que pode ser comprovado ao olharmos para os setores de atuação das maiores empresas do Brasil, a maioria ligada às commodities . E isso significa que o Brasil precisa de inovação, pois, sem risco, sem inovação e sem desafiar o status quo, o tão prometido futuro não chegará da melhor forma.

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Água e floresta

E os conteúdos continuaram com Seth Siegel, autor do best seller “Faça-se a água”, que comentou que seu livro não é apenas sobre água, mas sobre como superar desafios. Afinal, foi o desafio que fez Israel se tornar o centro do mundo em termos de inovação quando o assunto é água . E nos provocou a repensarmos nossa relação e especialmente a relação da agricultura com a água.

Pedro Hartung, do Instituto Alana, e Peter Houlihan, cientista e fotógrafo, participaram de um painel sobre “biodiversidade, a verdadeira riqueza do planeta”. Hartung chamou a atenção para a perda acelerada da biodiversidade , e como a relação com outros seres vivos é essencial para o equilíbrio do planeta e da natureza, dos quais somos parte. Houlihan mostrou como desmatamento, águas, clima, biodiversidade estão interligados.

Luciano Huck e Roberto Brito Mendonça falaram sobre a “Floresta em pé”. Roberto é um ex-madeireiro que, dez anos atras, mudou de vida e hoje é um defensor da floresta. Juntos, falaram sobre a necessidade de os 25 milhões de habitantes da Amazonia terem oportunidades de gerar renda para suas famílias e de entenderem o valor da floresta em pé .

No lançamento do movimento “Impacto Amazônia”, Camila Araújo, vice-presidente da Eletrobras , e Rafael Tello, head de sustentabilidade da Ambipar , falaram sobre o papel do setor privado na preservação da floresta, ao fomentar a bioeconomia, prover infraestrutura e gerar empregos.

Representantes dos povos indígenas puderam mostrar uma pequena parte de sua diversificada cultura. Eliot Minchenberg, diretor da Unesco, falou sobre a importância das músicas indígenas para transmitir a cultura e sabedoria desses povos, e preservar os idiomas indígenas.

No último painel da noite, “O Futuro é Ancestral”, Celia Xakriabá, Tashka Yawanawa e Alok falaram sobre como a sabedoria ancestral indígena pode ser a resposta para nossos problemas e a chave para um futuro melhor. Tina Marie Tyler também falou sobre o poder do hip hop para unir as pessoas.

E, para terminar um dia tão especial, Alok e os povos indígenas encantaram a todos com suas músicas. O Brasil esteve bem representado na ONU .

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