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Países menores abandonam negociações na COP29

Discussões sobre financiamento climático na COP29 expõem tensões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento

COP29: representantes de países insulares deixam a sala após discordância sobre o financiamento climático (Leandro Fonseca/Exame)

COP29: representantes de países insulares deixam a sala após discordância sobre o financiamento climático (Leandro Fonseca/Exame)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 23 de novembro de 2024 às 15h19.

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Os pequenos Estados insulares e países africanos decidiram abandonar a sala de negociações neste sábado, 23,  em meio às discussões sobre o financiamento climático na COP29, realizada em Baku, Azerbaijão. Representantes desses países expressaram frustração com a presidência da cúpula, que, segundo eles, não os consultou de forma adequada.

“Há um acordo a ser feito e não estamos sendo consultados”, afirmou Cedric Schuste, líder do grupo de nações insulares. O sentimento de exclusão e a falta de transparência levaram o grupo a interromper sua participação no processo.

Latino-americanos tentam construir pontes

Enquanto alguns abandonaram as negociações, outros, como países da América Latina e Caribe, assumiram o papel de mediadores. Juan Carlos Monterrey, enviado especial do Panamá, destacou a necessidade de evitar que a COP29 termine sem avanços, como ocorreu em Copenhague, em 2009.

Monterrey enfatizou que a divergência principal está no valor do financiamento. Os países em desenvolvimento defendem um orçamento anual de US$ 300 bilhões até 2035, enquanto as economias emergentes buscam elevar a meta para US$ 500 bilhões até 2030.

“Já estamos em um ponto de não apenas construir pontes, mas caminhar sobre essas pontes”, disse Monterrey, reforçando a urgência de um consenso.

Falta de transparência prejudica negociações

A postura da presidência do Azerbaijão também foi alvo de críticas. Ana Aguilar, negociadora do Panamá, apontou uma condução desigual e pouca transparência nas reuniões, que priorizaram acordos bilaterais ao invés de negociações coletivas.

A ministra da Colômbia, Susana Muhamad, destacou que o montante proposto pelos países ricos ainda está distante do que é necessário. O texto apresentado sugere um financiamento anual de US$ 300 bilhões, enquanto as nações em desenvolvimento pedem, no mínimo, US$ 500 bilhões.

“O problema é que a proposta foi publicada muito tarde. O prazo é muito curto para deliberações adequadas”, afirmou Muhamad. A ministra apelou para que os países ricos avancem nas concessões, garantindo um desfecho mais favorável para os países mais afetados pelas mudanças climáticas.

Esse impasse pode comprometer os resultados da COP29, uma vez que o financiamento climático é crucial para ações de mitigação e adaptação no Sul Global.
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