ESG

Mais negros na liderança é ambição do Pacto Global da ONU Brasil

O movimento trabalhará para atingir mais de 1.500 empresas comprometidas em promover mais de 15.000 pessoas negras em cargos de liderança até 2030

Equidade Racial é fundamental em empresas com base ESG (FG Trade/Getty Images)

Equidade Racial é fundamental em empresas com base ESG (FG Trade/Getty Images)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 5 de maio de 2022 às 08h00.

Última atualização em 5 de maio de 2022 às 18h23.

Apesar de 56% da população brasileira se declarar preta ou parda, apenas cerca de 4% estão em cargos de liderança. Neste cenário, em busca de mitigar a disparidade, a Pacto Global da ONU Brasil realiza o Movimento Raça é Prioridade, uma das sete iniciativas a partir do lançamento da Ambição 2030, que busca melhorias sociais em diferentes frentes.

Receba gratuitamente a newsletter da EXAME sobre ESG. Inscreva-se

"Ainda que existam alguns movimentos em prol da equidade racial, que incentivam ou até mesmo exigem um compromisso público, estamos propondo uma aceleração aos movimentos individuais ou mais pontuais. Trazendo a força e a credibilidade do Pacto Global queremos aglutinar outras iniciativas, para que as empresas, não apenas assumam um compromisso público, com metas concretas e indicadores específicos, mas também encontrem as ferramentas e capacidades necessárias para desenvolverem essas metas e irem além", diz Camila Valverde, diretora de impacto da Pacto Global da ONU Brasil.

Na prática, o movimento trabalhará para atingir mais de 1.500 empresas comprometidas em promover mais de 15.000 pessoas negras (negras, indígenas, quilombolas, ou pertencentes a outro grupo étnico socialmente vulnerável) em cargos de liderança até 2030, mais de 20.000 pessoas negras capacitadas em soft e hard skills; diminuição da diferença de remuneração entre os grupos étnicos-raciais socialmente vulneráveis e brancos; e mais de 150 lideranças influenciadoras de alto nível.

Na jornada de apoio às empresas serão 7 encontros, entre lives e workshops, além de plantões mensais de dúvidas e mentorias em grupo. As empresas terão possibilidade de adquirir produtos que auxiliem a estratégia, incluindo o desenvolvimento e participação em um comitê da organização para as questões étnico-raciais.

Além da construção de capacidades e acompanhamento de metas, o movimento terá um pilar específico de inserção, desenvolvimento e ascensão de pessoas negras e indígenas, através de parcerias para a capacitação técnica, fomento à empregabilidade em feiras de carreira e desenvolvimento de um banco de talentos para as empresas acessarem e atualizarem.

Também serão desenvolvidas ferramentas, como a plataforma de autoavaliação online, um censo com metodologia exclusiva, realizado em parceria com o CEERT. Por fim, assim como nos demais movimentos lançados na Ambição 2030, no último dia 25, haverá o engajamento da alta liderança em eventos de alto nível, produção de pesquisas e materiais de apoio para o setor privado.

Todos os movimentos terão também um Comitê Consultivo próprio, para acompanhamento das metas e ações, formado por especialistas reconhecidos, sociedade civil e empresas embaixadoras. Entre as empresas já participantes estão nomes como Uber e Bayer.

Veja também

Acompanhe tudo sobre:DiversidadeEmpresasNegros

Mais de ESG

13º salário na conta: 5 dicas de como aproveitar bem o dinheiro

Receita paga restituição do IR para quem caiu na malha fina nesta sexta-feira

Repercussão do pacote fiscal, taxa de desemprego e Black Friday: os assuntos que movem o mercado

Ação da Nvidia pode se valorizar até 27% nos próximos 90 dias, prevê Citi