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83% das startups incentivam desenvolvimento econômico do país, diz estudo

Levantamento mostra as empresas mais comprometidas com a causa sustentável e com os objetivos de desenvolvimento da ONU

Fundadores da Ribon: startup é considerada a empresa mais comprometida com os objetivos sustentáveis da ONU no Brasil (Ribon/Divulgação)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 08h00.

Um levantamento feito pela Gestão 4.0, empresa de educação com foco em negócios, mostra que entre as startups brasileiras de impacto, 83,7% estão voltadas ao desenvolvimento econômico do país. O estudo, que teve apoio da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, analisou 374 startups para mapear a relação do setor com os objetivos sustentáveis propostos em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre as ações mais conhecidas estão a de erradicar a pobreza, a fome e assegurar a educação inclusiva globalmente.

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De acordo com o estudo, entre os dezessete objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU, as empresas do país tem voltado seus esforços sobretudo para mitigar as disparidades econômicas e incentivar a criação de trabalho decente, metas relacionadas ao objetivo número oito da Organização. Na sequência está a redução das desigualdades - que tem associação com 53,2% das organizações pesquisadas.

Em terceiro lugar está a meta indústria, inovação e infraestrutura, que objetiva fomentar a inovação e promover uma industrialização sustentável, com 31,8% entre as 374 startups. E por fim, as as startups comprometidas a oferecer soluções para cidades e comunidades sustentáveis (27,7%).

Segundo Tallis Gomes, co-fundador e mentor do Gestão 4.0, a maior adesão à categoria de trabalho e desenvolvimento econômico tem relação direta com o contexto de pandemia e desemprego, e também com a ascensão de novos modelos de trabalho autônomo. “As pessoas têm percebido cada vez mais o valor do trabalho e como ele se difere de emprego”, diz. “Existe uma nova percepção de que há uma flexibilidade de horários, média salarial e a decência está exatamente no fato de poderem controlar o fato de descansar aos finais de semana, por exemplo”.

Brechas entre as startups verdes

De acordo com o estudo, os objetivos associados ao meio ambiente foram os que apresentaram o menor vínculo com as startups. De todas as metas, apenas 0,2% das startups mapeadas possuem relação com a meta à favor da vida na água, que propõe a conservação e uso sustentável dos oceanos e dos recursos marinhos.

O tema “água” também aparece em desvantagem, pois apenas 0,5% das empresas têm soluções voltadas ao saneamento básico e gestão da água potável - meta número seis da ONU. Em seguida, aparecem as startups relacionadas a ações de combate às mudanças climáticas (8,2%) e vida terrestre (9,9%) - essa, por sua vez, relacionada ao combate a desmatamentos, proteção e recuperação de florestas.

Mesmo com os índices baixos, ao elencar os segmentos de mercado com a maior aderências aos objetivos, o estudo destaca o setor de energia e agronegócio - com a ajuda das cleantechs e agritechs -  como os mais comprometidos com as metas.

O estudo também elencou as 10 empresas mais comprometidas do mercado brasileiro. Entre as mais engajadas nos objetivos em sua totalidade está a startup do Distrito Federal Ribon, que ocupa o primeiro lugar do ranking. Na sequência está a cleantech Suune Energias Renováveis e Boomera, startup paulista de economia circular.

Para chegar à essa listagem, a pesquisa analisou a descrição, setor de atuação, modelo de negócio, público-alvo, estágio de maturidade e website de todas as startups mapeadas. Com isso, foi criado um índice próprio que procurou classificar a relação das empresas com cada objetivo separadamente.  Para cada um deles, o índice seguia uma escala que ia de nenhuma relação a alta relação com os ODS.

As 10 startups no Brasil mais comprometidas com o desenvolvimento sustentável

1º - Ribon
2º - Suune Energias Renováveis
3º - Boomera
4º - Smartgreen
5º - Colab
6º - Duopana
7º - Getninjas
8º - Metha energia
9º - 4 avants
10º - Liv up

Apesar de implementados ainda esse ano para a maioria das empresas, os comitês de ESG e a relevância do tema já fazem parte de uma realidade incontestável. “Pretendemos endereçar cada vez mais o tema nos conselhos de administração. Empresas estão percebendo cada vez que as empresas são obrigadas a devolver à sociedade parte do que ela nos oferece em capital em impacto”, diz Gomes.

A importância do estudo, segundo ele, é mapear os próximos passos no que diz respeito à gestão de empresas. “Entendemos que podemos aprender com as empresas que foram listadas e assim podemos trazer referências e tentarmos replicar isso internamente e também entre os alunos da Gestão 4.0 que querem aplicar práticas em seus negócios”, diz.

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