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Estúdio Clarice, de pesquisas sobre desafios das mulheres, recebe aporte internacional

Objetivo é levantar R$ 2,7 milhões para discutir os principais desafios das mulheres na economia atual

“A ideia não é só aumentar o número de mulheres no poder, mas garantir que elas tenham as ferramentas e condições para liderar de forma efetiva”, ressalta Beatriz Della Costa
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 20h37.

O Estúdio Clarice, organização que desenvolve estudos e produtos audiovisuais sobre mulheresfoi selecionado para o seu primeiro aporte internacional. A quantia será destinada ao fundo para o apoio da pesquisa “O Imaginário de Poder das Mulheres Brasileiras”, que busca investigar os limites no poder por mulheres, mesmo em posições de liderança.

Clarice também se torna a primeira organização brasileira a integrar o programa de financiamento da Drive Agency, instituição que apoia lideranças femininas em empreendimentos de impacto.

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A organização foi fundada por Beatriz Della Costa, cientista social focada em gênero na América Latina, e Mariana Ribeiro, estrategista de impacto. Juntas, buscaram criar um modelo de capital filantrópico e capital de risco que quer levantarR$ 2,7 milhõesaté 2025 para discutir os principais desafios das mulheres na economia atual.

Jessy Tolkan, CEO da Drive Agency, conta que apoiar organizações como Clarice é central para reduzir barreiras ao avanço de lideranças femininas. “As mulheres enfrentam dificuldades de acesso ao capital, mesmo demonstrando maior retorno financeiro e melhor desempenho como pagadoras. Esse modelo busca mudar o jogo”, afirma.

No Brasil, mulheres acessam apenas 0,04% do capital de risco disponível, segundo dados do Female Founders Report 2021. Esse cenário dificulta o surgimento e a sustentabilidade de empresas lideradas por mulheres. Por isso, o Estúdio Clarice atua em três frentes para enfrentar esses obstáculos:

Financiamento de negócios femininos

A iniciativa foi apresentada em um evento no Itaú Cultural no último mês, organizado pela filantropa Rose Setúbal. Para ela, o fundo catalítico é uma resposta à necessidade de modelos híbridos de financiamento, que mesclem impacto social e sustentabilidade econômica. “Modelos como o de CLARICE são fundamentais para promover impacto em setores ainda negligenciados”, afirma Setúbal.

“A liderança feminina tem avançado em números, mas ainda esbarra em um ponto crítico: estar no poder não significa exercer o poder”, afirma Mariana Ribeiro, CEO de CLARICE.

Como projeto inaugural, a pesquisa O Imaginário de Poder das Mulheres Brasileiras pretende ser uma referência sobre as limitações enfrentadas por lideranças femininas no Brasil. A partir dos resultados, Clarice busca estruturar soluções para transformar não apenas a presença de mulheres no poder, mas o modo como elas podem exercê-lo.

“A ideia não é só aumentar o número de mulheres no poder, mas garantir que elas tenham as ferramentas e condições para liderar de forma efetiva”, ressalta Beatriz Della Costa, cofundadora do estúdio.

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