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Em abril de 2023, o Conjunto Fotovoltaico Paracatu (MG) foi danificado por uma forte tempestade que dificultou a reciclagem dos painéis (ENGIE Brasil Energia/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 18h05.
O que inicialmente era para levar pelo menos três anos na ENGIE Brasil Energia, aconteceu em menos de um, graças a uma parceria com a startup tech SunR. A companhia líder na geração de renováveis reciclou em tempo recorde aproximadamente 2.900 toneladas de painéis solares do Conjunto Fotovoltaico Paracatu entre 2023 e 2024.
O volume conquistado foi muito superior ao esperado, visto que o complexo de usinas solares foi assolado por uma forte tempestade e sofreu com danos aos painéis que acabavam dificultando a sua reciclagem.
Foi então que a startup desenvolveu uma tecnologia brasileira inovadora para recuperar os componentes dos painéis danificados -- como vidro, alumínio, metais e plásticos -- e conseguiu dar um novo ciclo produtivo aos materiais.
Segundo a ENGIE, a logística foi um dos maiores desafios do processo. Pelo menos 100 mil painéis danificados precisaram ser transportados de Minas Gerais até a unidade da SunR em Valinhos (SP), que, posteriormente, abriu uma unidade em Montes Claros (MG) para ampliar a capacidade de processamento e reduzir a distância do transporte.
A operação envolveu mais de 100 pessoas para atuar na organização e execução da coleta e deslocamento dos materiais.
“Os danos em Paracatu trouxeram um grande desafio para a companhia. Cada unidade de geração conta com um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), mas o volume gerado foi muito acima do usual e tivemos que trabalhar juntos para desenvolver um plano de ação eficaz”, disse Arthur Henrique Munaretti, gerente do Conjunto Fotovoltaico Paracatu.
A tecnologia utilizada pela SunR, chamada PV-MRC (Photovoltaic Mobile Recycling Container), é capaz de processar 100 módulos solares por hora e é movida por energia solar, o que permite adaptar a unidade para locais com maior demanda. A recuperação dos metais nobres e do alumínio, por exemplo, reduz significativamente a emissão de gases de efeito estufa, já que a produção de alumínio reciclado consome até 95% menos energia.
O Conjunto Fotovoltaico Paracatu, composto por quatro usinas fotovoltaicas e com capacidade instalada de 132 MW, foi completamente reenergizado em outubro de 2024 após passar por um processo de reparo. Segundo a ENGIE, o projeto com a startup reflete o compromisso da companhia com a geração de energia renovável e a sustentabilidade no país.
A companhia também tem presença significativa no mercado de gás natural e soluções energéticas, atuando em diversos projetos de eficiência energética. No Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, também foi reconhecida como uma das mais sustentáveis do mundo e hoje integra o índice Dow Jones Sustainability Emergin Markets.