ESG

Apoio:

logo_unipar_500x313

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Em uma década, número de mulheres em situação de rua aumentou mais de 10 vezes, diz estudo

Apesar de representarem 13% da população nas ruas, elas são vítimas de 40% dos casos de violência grave nas ruas

SP Invisível distribuirá mil refeições entre os dias 11 e 13 de março, a partir das 19h (Kaio Shot/Divulgação)

SP Invisível distribuirá mil refeições entre os dias 11 e 13 de março, a partir das 19h (Kaio Shot/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 9 de março de 2025 às 12h00.

Nos últimos dez anos, o número de mulheres em situação de rua em São Paulo aumentou mais de 10 vezes, passando de 480, em 2012, para 4.934 em 2021, segundo o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua.

O crescimento reflete um cenário de vulnerabilidade extrema, agravado pela falta de segurança, o difícil acesso à higiene menstrual e a ausência de redes de apoio.

Apesar de representarem 13% da população nas ruas, mulheres são vítimas de 40% dos casos de violência grave nas ruas. Para se proteger, muitas delas formam grupos de apoio. Além do risco de agressões, a falta de acesso a itens básicos, como absorventes e locais seguros para deixar os filhos, dificulta ainda mais a busca por oportunidades.

“A vulnerabilidade social impacta diretamente a saúde mental, segurança e qualidade de vida dessas mulheres. Sem redes de apoio e com pouco acesso a políticas públicas, elas ficam mais expostas à violência, doenças e exclusão social”, afirma Maria Luísa Ohl, psicóloga da SP Invisível, ONG focada no atendimento e acolhimento dessa população.

Capacitação profissional e inclusão produtiva

Para promover a autonomia financeira, a ONG oferece um curso de gastronomia voltado para pessoas que vivem em centros de acolhida e desejam ingressar no mercado formal. Desde 2023, 78 alunos já concluíram a capacitação, que tem duração de dez semanas e é realizada na Universidade Anhembi Morumbi.

Dia Internacional das Mulheres: por que a data é comemorada no dia 8 de março?

A formação inclui técnicas culinárias, reaproveitamento de ingredientes e práticas sustentáveis, além de um projeto final, no qual os estudantes preparam um prato gastronômico avaliado por especialistas. Após a conclusão, a SP Invisível encaminha os formandos para oportunidades de trabalho em restaurantes.

“Nossa metodologia une inclusão produtiva e gastronomia como ferramentas de transformação. Mais do que ensinar técnicas culinárias, criamos oportunidades reais para uma nova trajetória no mercado”, destaca Thaís Tambosi, gerente geral da ONG.

Dia Internacional da Mulher

Para marcar o Dia Internacional da Mulher, a SP Invisível distribuirá mil refeições entre os dias 11 e 13 de março, a partir das 19h, nos bairros Liberdade, Campos Elíseos e República.

Criada em 2014, a organização atua em três frentes: conscientização sobre a realidade da população de rua, combate ao frio e à fome, e assistência social para inclusão produtiva. O objetivo é oferecer mais do que suporte imediato, mas caminhos para que essas mulheres possam reconstruir suas vidas com dignidade e independência.

Acompanhe tudo sobre:Mulherespopulacao-brasileira

Mais de ESG

Bloco da Reciclagem no Ibirapuera coleta 16 toneladas de resíduos no Carnaval

Programa da IVECO promove inclusão de mulheres no transporte de carga

Inscrições abertas: Brasil busca jovens lideranças para representar o país na COP30

A primeira geração em um mundo igualitário para mulheres?